Júri popular de acusado de chacina em Alfredo Wagner é adiado na véspera
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Por conta da pandemia, julgamento ocorreria na Escola de Ensino Médio Valmir Marques Nunes, em Bom Retiro
- Por: ND Mais
O júri popular do comerciante Arno Cabral Filho, acusado de matar três pessoas da mesma família em Alfredo Wagner, na Grande Florianópolis, foi adiado às vésperas de acontecer. A sessão marcada para esta quinta-feira (27) foi suspensa por volta das 19h de quarta (26). Agora, o julgamento deve ocorrer apenas em 22 de outubro.
O motivo da alteração, segundo a defesa do acusado, foi uma recomendação do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), que estendeu até 27 setembro a suspensão dos júris em Santa Catarina. A norma visa evitar a propagação da Covid-19 no Estado.
Preso desde 9 de agosto de 2019, Arno é acusado de matar Carlos Alberto Tuneu - o Argentino -, de 67 anos, a esposa dele Loraci Matthes, 50, e o filho do casal, Mateo Tuneu, 8, com uma barra de ferro. Ele nega a autoria do crime.
Por conta da pandemia, a sessão do júri iria ocorrer dentro da Escola de Ensino Médio Valmir Marques Nunes, na comarca de Bom Retiro. No despacho com a nova data, o juiz Edison Alvanir Anjos de Oliveira Junior não informou o local da sessão, mas anunciou que todos os presentes devem seguir as normas sanitárias para conter a propagação do vírus.
"Desde já, informo que de acordo com as recomendações do TJSC, em especial, de sua Diretoria de Saúde, que não haverá público, que todos os presentes deverão utilizar máscaras", afirmou.
Acusação
Além do triplo homicídio, o Ministério Público incluiu cinco qualificadoras no pedido de indiciamento.
"A peça aponta que os delitos foram cometidos por motivo fútil, visto que o denunciado era conhecido das vítimas e tinha desavenças com o casal em decorrência de uma dívida", destaca o MP.
A acusação também atribui as qualificadoras de meio cruel e recurso que dificultou ou impossibilitou a defesa das vítimas. No pedido de acusação enviado para o Judiciário, o MP acrescentou que "por duas vezes o acusado agiu de forma a assegurar a impunidade de outros crimes".
Além disso, uma vítima tinha menos de 14 anos,e outra mais de 60 anos de idade. O caso segue em segredo de Justiça.
Crime chocou Santa Catarina
O crime que chocou a pequena cidade de 6.5 mil habitantes ocorreu na tarde de 9 de agosto. Segundo as investigações, as mortes ocorreram por conta de uma dívida de cabeça de gado.
Um dia antes do crime, o comerciante que devia para a família teria ido até a fazenda de Tuneu, onde ocorreu uma discussão. Na volta para a cidade, Arno registrou um boletim de ocorrência contra o argentino. Segundo o BO, Tuneu teria ameaçado o comerciante para que pagasse a dívida.
A chacina ocorreu no dia seguinte, quando o comerciante teria voltado à casa e discutido com Loraci. Conforme a polícia, Arno queria eliminar os papéis que comprovavam a dívida.
No inquérito entregue ao MP, a Polícia Civil indicou que a mulher do argentino resistiu em entregar os documentos, o que teria motivado a primeira morte. O filho do casal pode ter sido morto por testemunhar o assassinato da mãe.
Arno teria se deparado com Argentino quando saía da fazenda, então cometeu o terceiro homicídio. A digital do comerciante foi encontrada na caminhonete da vítima.
Contraponto
Na manhã desta quinta-feira, a defesa do acusado disse que estuda ingressar com novo pedido de liberdade nas Cortes superiores. "Por fim, há um habeas corpus no STF pedindo a anulação da decisão que decretou a prisão dele", afirmou o advogado Bruno Ribeiro.
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