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Riocampenses somam conquistas, novo rim e nova vida
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Divulgação - Sr Paulo Ferreira com seu amigo Gilmar
Transplante de rim foi um divisor de águas na vida de Sílvio Külkamp
No ano de 2016, estudos apontaram que o número de pacientes com doença renal crônica que precisaram de diálise havia crescido de 42 mil, em 2000, para 122 mil no ano de 2016, de acordo com a Sociedade Brasileira de Nefrologia. No mesmo ano, em 2016, 5,7 mil pessoas fizeram transplante de rim no país, quantidade que vem aumentando, em média, 10% de um ano para o outro.
Entre essas milhares de pessoas está também o registro de um riocampense que, conforme ele mesmo descreve, recebeu através do transplante não somente um novo órgão, mas nova vida.
Agricultor, nascido, criado e residente até os dias atuais na comunidade de Alto Taiozinho, em Rio do Campo, Silvio Külkamp, de 51 anos, é filho de Gerônimo Külkamp (in memorian) e Edvirges Weber Külkamp. Há cinco anos é um paciente transplantado por doença renal. O nome da doença Sílvio diz que não foi descoberto.
Esposo de Áurea Gorges Kulkamp e pai de Silvana, Jean e Patricia, Sílvio revela o primeiro sintoma físico que sentiu por ser portador de doença renal "Eu estava num dia de trabalho normal na agricultura, trabalhando em um vizinho, Arno Max, quando então minha pressão subiu muito".
Diante do ocorrido, Sílvio procurou ajuda médica que de imediato deu o parecer negativo "Decidi fazer meus exames de rotina e descobri que já estava perto de fazer hemodiálise. Porém eu não sentia dor nenhuma. A pressão alta foi o que me levou a procurar um médico".
Sílvio faz parte de uma família com muitos irmãos e entre eles, não foi o primeiro a diagnosticar problemas renais. "É uma doença hereditária e na minha família já teve outro caso, com um irmão, Avelino Külkamp, que faleceu com o mesmo diagnóstico. Ele tinha 33 anos quando faleceu, fazia hemodiálise, não chegou a fazer transplante".
Além de perder o irmão, Sílvio conta que um tio, por parte de mãe, também teve a doença e faleceu aos 45 anos de vida "Meu tio, Osvaldo Weber, teve a doença e também fazia hemodiálise, mas faleceu antes de pensar em transplante. Pois na época, no início da década de 80, a medicina não era avançada como hoje". Ainda, Külkamp cita um sobrinho que enfrenta a mesma doença, um jovem de 25 anos, o qual, assim como Sílvio, já fez o transplante, no entanto no resultado tem apresentado dificuldades.
Quando diagnosticado, o agricultor logo iniciou os tratamentos. Nos primeiros meses sem hemodiálise. "Quando fiz o exame, o médico já disse que logo teria que fazer hemodiálise. Mesmo assim fiquei dois anos sem fazer, tratando, mas não adiantou. Em 2010 descobri a doença, em 2012 comecei a fazer hemodiálise e em 2013 fiz o transplante, no dia 17 de abril vai fazer 5 anos que recebi o rim", comenta Sílvio.
Dr. Ercides da Renal Vida, em Rio do Sul, é médico que acompanhava o tratamento de Sílvio, também na Renal Vida ele realizava as hemodiálises. "Se eu não tivesse feito o transplante, ainda faria hemodiálise. Estaria com a vida normal, porém, tem todo o incomodo de ir 3 vezes por semana ficar 4 horas na máquina", explica Külkamp.
Após quatro meses fazendo hemodiálise, Sílvio entrou na fila para o transplante. Silvana, sua filha mais velha conta que foi emocionante que a família recebeu a notícia do rim "O pai ficou dois meses na fila e já veio o resultado. Foi muito emocionante. Um amigo nosso da Secretaria da Saúde avisou que queriam falar com a gente, mas não sabíamos o que era, então liguei para lá, eles perguntaram se ele queria fazer o transplante. E no mesmo dia, 17 de abril, ele foi para Blumenau fazer o transplante", conta a filha.
Matematicamente Sílvio lembra dos dias e horas que passou no hospital "Fiquei 39 dias internados, 933 horas no hospital. O rim demorou a começar funcionar, por isso fiquei esse tempo hospitalizado".
Antes do transplante Sílvio tinha alguns receios "Meu medo era de os médicos olharem meus exames e dizerem que não poderiam fazer o transplante, mas no fim deu tudo certo", revela.
Quanto ao doador, Külkamp tem poucas informações "Não sei quem foi, mas sei que era de Florianópolis, eu tinha 46 anos e o doador tinha 53".
Os cuidados pós transplante foram primordiais para a boa recuperação de Sílvio "São muitos os cuidados. Cuidado com animal, bichos, para não pegar infecção. Também com comidas".
"Teve um senhor, chamado Alberto, de 65 anos de idade, que fez o transplante comigo, pois a pessoa que falece transplanta duas pessoas. Alberto recebeu o outro rim e com 15 dias ele já foi liberado do hospital, mas depois ele teve que retornar, pegou uma bactéria e, por fim não resistiu, faleceu. Tem que ter muito cuidado", garante Sílvio.
Há cinco anos transplantado, Sílvio afirma que está bem de saúde "Hoje estou normal, levo uma vida normal. Tenho um problema de audição, mas isso já vinha ocorrendo antes do diagnóstico da doença. É uma doença hereditária, então fui perdendo a audição no decorrer da deficiência no rim. É comum perder audição quem tem problema de rins", explica.
Sílvio expressa admiração e gratidão às pessoas que se dispõe a salvar vidas através da doação de seus órgãos. "Hoje valorizo mais ainda a vida das pessoas. Em uma oportunidade, uma médica de Itajaí me perguntou: você já parou para pensar o amor dessas pessoas quando pegaram a caneta e assinaram dizendo que seriam doador?"
Não tem preço o ato de doar, afirma Sílvio, pois segundo ele a vida não tem preço, bem como pequenas coisas que uma pessoa realiza e nem percebe o valor que tem "Todo o ouro que tiver no Brasil não paga, pois não adianta ter todo o ouro e não poder tomar água, chimarrão, etc. Eram privações que eu tinha, mas graças a pessoa que doou eu hoje vivo bem. Antes de começar os tratamentos e fazer o transplante eu não era a favor de ser um doador, mas hoje eu sou, se não fosse o transplante eu estaria ainda na máquina de hemodiálise. Sou muito feliz hoje e grato à pessoa que doou", finaliza Külkamp.
A doença renal crônica consiste em lesão renal e perda progressiva e irreversível da função dos rins (glomerular, tubular e endócrina). Em sua fase mais avançada (chamada de fase terminal de insuficiência renal crônica-IRC, os rins não conseguem mais manter a normalidade do meio interno do paciente.
O que é transplante renal?
É uma opção de tratamento para os pacientes que sofrem de doença renal crônica avançada.
No transplante renal, um rim saudável de uma pessoa viva ou falecida é doado a um paciente portador de insuficiência renal crônica avançada. Através de uma cirurgia, esse rim é implantado no paciente e passa a exercer as funções de filtração e eliminação de líquidos e toxinas.
Seus próprios rins permanecem onde eles estão, a menos que estejam causando infecção ou hipertensão.
O transplante renal é considerado a mais completa alternativa de substituição da função renal. Tendo como principal vantagem a melhor qualidade de vida, pois o transplante renal garante mais liberdade na rotina diária do paciente.
Recém-transplantado, Paulo Ferreira está em processo de recuperação
O riocampense Paulo Ferreira, de 50 anos é um paciente transplantado por patologia nos rins. Agricultor, Paulo sempre residiu em Rio do Campo, atualmente na Comunidade de Taiozinho, na SC-114.
A enfermidade diagnosticada em Paulo chama-se doença de Fabry, e conforme ele, ao receber o diagnóstico, ele mesmo não acreditou na palavra do médico "Em 2008 recebi o diagnóstico, mas não acreditei no médico, o Dr. Almir, pelo fato de não sentir nenhuma dor. Cheguei a fazer uma cirurgia, mas não fui para frente com as consultas", revela.
No entanto, em 2010, o caso do agricultor se agravou obrigando-o a buscar ajuda médica. "Foi quando descobri não ter mais os rins, que não funcionavam mais. E em 2014 comecei a fazer hemodiálise", explica Paulo.
Por Paulo ter demorado a buscar ajuda médica, só piorou seu quadro físico "Em princípio não sentia nada de diferente em meu corpo, nenhuma dor, porém com o tempo percebi meus pés muito inchados e os amigos comentavam que eu estava com o rosto muito vermelho, até relatava sobre o suposto problema, mas descrente, não busquei médicos. Quando descobri e decidi procurar tratamento já era tarde", lamenta o agricultor.
A doença nos rins que resulta em tratamento de hemodiálise são consider
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