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Luto

Nota de falecimento: Emília da Rosa, aos 100 anos

  • - Fonte: JATV

​Com pesar, comunicamos o falecimento de Emília da Rosa, mais conhecida como “Dona Emília” ou "Vó Miloca", aos 100 anos de idade, em Rio do Campo.

A cerimônia de velório está ocorrendo na capela mortuária de Rio do Campo.

O sepultamento será na sexta-feira (10), às 14h, com o cortejo seguindo imediatamente para o cemitério local.

Emília havia comemorado seu aniversário de 100 anos há apenas três meses, tornando-se a primeira centenária da família.


Confira abaixo uma matéria realizada pelo JATV, quando Emília completou 99 anos


Veja a história da vovó que vai completar 100 anos, em Rio do Campo 

Ela sonha com uma festa 

 

“Dona Emília”, como é conhecida e chamada carinhosamente a moradora quase centenária de Rio do Campo, Emília da Rosa, que tem muitas histórias para contar. Nascida no dia 12 de agosto de 1923, na comunidade Gabiroba, em Rio do Oeste, já no início da sua vida mudou-se para a comunidade da Erva, na cidade de Taió, onde seu pai comprou um terreno. Emília conta que viveu ali até se casar com Trindade Pedro da Rosa (in memorian). “Quando nos casamos, eu tinha 18 anos e meu esposo 24”, conta a simpática senhora, que segue lúcida, conversando e com a saúde possível para quem já vivenciou quase 100 voltas em torno do Sol.  

Sabemos que não é qualquer pessoa que alcança os 100 anos de vida. Chegar nessa idade é receber um presente de Deus! Conheça, na sequência, um pouco da história desta centenária que mora em Rio do Campo, no bairro Floresta na casa do filho Adelirio Alexandre (in memorian). Emília reside com a nora, Zenita Zanis Alexandre, de 59 anos, com o neto Daniel e sua esposa Sabrina; com a neta Maria Damares e seu esposo, Pablo. 

Rio do Campo ainda pertencia ao município de Taió, quando Dona Emília e o esposo Trindade mudaram-se para a região, por volta do ano de 1955, para a comunidade de Rio Azul “Ele conseguiu comprar um terreno no Rio Azul, que tinha 25 mil pés de mandioca para capinar, meu esposo não trabalhava na roça, saia para tocar gaita, ‘era uma coisa e outra’, então, eu e o meu filho mais velho é que trabalhávamos”, expressa a senhora e acrescenta “Dei conta de uma roça de 25 mil pés de mandioca, capinando, comia um pedacinho de aipim em uma das mãos, um milho torrado na outra mão e um cafezinho amargoso, era nossa comida, não tínhamos um ovo para comer, era uma pobreza tremenda”.     

Emília recorda-se de como era a comunidade do Rio Azul naquela época “As estradas eram ruins, não eram muito boas, mas dava para se cruzar mesma coisa e tudo passava por ali. Naquela época havia dois moradores que conheci, João Bertoli e a mulher dona Ziza, eles tinham uma venda onde comprávamos algumas coisas. O outro morador era o ‘Cazeca’ com sua mulher Amélia. Eram apenas as duas casas e a nossa”. 

Faz quase três décadas que Dona Emília é viúva “Faz 28 anos que meu esposo Trindade faleceu, que fiquei sozinha, viúva. Ele era tocador de gaita”, relata Emília que, entre risos, relembra de um ‘ricão’ que queria casar com ela “Eu não quis o rico, casei com esse que era tocador de gaita, depois eu ia comprar na venda do rico e ele dizia: tá vendo Emília, tu não quis eu, né, quis o Trindade e agora você vem comprar aqui”, em risos, a senhora destaca a passagem e complementa “Quando eu era nova, era bem bonitona, mas agora estou velha, estou com 99 anos”.  

A viúva fala sobre o falecimento do esposo. Conforme ela, tudo aconteceu em um dia frio “Um homem, que morava próximo à nossa casa, bateu em casa pedindo ajuda para liberar uns cavalos que estavam encilhados nas capoeiras. Nosso filho mais velho, Laudelino, foi ajudar e o Trindade ficou com pena do filho ir sozinho. Então saiu debaixo das cobertas com o corpo quente, e ao sair para fora acabou tendo um ataque, caiu embaixo de uma carroça”, relata a senhora. Senhor Trindade foi socorrido e levado ao hospital, mas faleceu depois de alguns dias, em casa. 

Nesses 28 anos, após o falecimento do esposo, Trindade, Dona Emília não quis mais se casar, ela é mãe de 10 filhos: Braulino (in memorian), Valdinho, Adelirio (in memorian), Alexandre, Laudelino, Felicidade, Maria, Irene, Paulinho (in memorian, que faleceu com apenas 2 meses de vida) e uma bebê (in memorian, que nasceu já sem vida). “Tenho mais de 50 netos, mais de 28 bisnetos e 7 tataranetos”, conta a centenária.  

Dona Emília tem uma lembrança triste dá época que morava no Rio Azul. Estava gravida de 8 meses de uma menina, mas já estava morta em sua barriga e ela não sabia; soube quando passou mal em uma festa na casa do seu irmão. “Fui levada para o hospital de Rio do Campo, na época o parto foi feito por duas enfermeiras, que constataram também que a bebê tinha um bracinho quebrado, isso aconteceu devido a forma que eu me abaixava para pegar água”, lamenta Emília.  

“As minhas lembranças boas são meus filhos que têm amor por mim e cuidam de mim”, ressalta a centenária. 

Por estar chegando aos 100 anos de idade, o sentimento de Emília é de alegria! “Eu gostaria de ter forças para trabalhar, se pudesse”, cita ela e acrescenta “Eu queria mesmo era fazer uma festinha quando fazer 100 anos, mas não sei se vai dar, se não der, paciência”.  

A receita que Dona Emília dá para as pessoas que desejam chegar aos 100 anos é: “Não morrer, ficar vivo, assim a gente tem esperança, tá vivo, trabalhando, tendo saúde”. A riocampense se considera uma mulher vencedora “A gente tem Jesus, nossa esperança é Jesus e mais nada! Tenho amizade com todo mundo, não tenho mágoa com ninguém, todos se dão comigo, todos gostam de mim, posso partir de uma hora para outra que eu não deixarei mágoa no coração de ninguém, porque eu nunca briguei com ninguém e nunca ninguém brigou comigo”, destaca a senhora. 

Para finalizar, é importante destacar o amor que a família sente por Emília da Rosa, todos têm amor por ela; gostam e cuidam da senhorinha com amor. ​


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