Um breve histórico da instalação e crescimento da empresa Rio Verde, em Rio do Campo

Em 1965 o destino conduziu Fritz Faller a cidade de Rio do Campo, onde um amigo o levou a uma fábrica de pasta em ruínas. Como Fritz não tinha nenhum conhecimento não se interessou muito, apesar de gostar de trabalhar com máquinas. Mas sabia da necessidade e importância do papel no mercado, pois seu falecido pai, há 20 anos anteriores ao ano de 65 já falava de pasta mecânica ou papel.

Em outra oportunidade, Fritz voltou a analisar a fábrica em detalhes e observou uma bela fonte hidráulica, convertida por uma turbina o rebolo desfibrador. E expressou: "A parte mais importante está aqui".

Foi então que resolveu conversar com seus irmãos e sócios, Willy e Reinwald Faller. Os dois concordaram com a aquisição da fábrica, desde que ele passasse a morar em Rio do Campo e cuidar da fábrica. Assim Fritz, em 1º de novembro de 1965, deu início ao seu sonho, nascia a Industrial e Agrícola Rio Verde.

A produção do papelão pinho na época era de 20 a 25 toneladas mês, que logo passou para 30 toneladas mês. Mas, em pouco tempo conseguiu dobrar a produção, e em 1 ano ganhou com seu papelão o quanto lhe custou a fábrica.

E em 1970 iniciou o reflorestamento, plantou no primeiro ano 50 mil pés de pinus, e nunca parou de reflorestar, sendo o pinus a matéria prima para o papelão.

Fritz viu que para produzir mais papelão ele precisava de mais energia, dali iniciou a represa do Rio Carneiro. Iniciou também a construção da fábrica nova, terminando em 28 de dezembro de 1972. Instalou 4 máquinas desfolhadeiras.

Fritz queria mais, seus limites não tinham fronteiras, convenceu seu sócio a comprar uma máquina contínua, e em 1980 seu sonho foi realizado. A produção passara a 160 toneladas mês.

Osni Luiz Sens entra na sociedade da empresa Rio Verde na década de 80

Em 5 de agosto de 1982 foi desmembrada mais uma vez a sociedade, e Willy Faller saiu. Foram então admitidos à sociedade Iria Cilene Lauth Faller, Frederico Faller e Christine Faller. Em 1982 seu gerente faleceu, o homem que sempre trabalhou ao seu lado, assim Fritz teve que montar uma nova equipe. Em 19 de novembro de 1984 admitiu-se o sócio Osni Luiz Sens.

Os problemas aparecem, faltou energia, mas a solução logo veio à tona. Construiu outra turbina com gerador para energia. E em seguida construiu outra turbina com rebolo, para desfibrar mais pinus e refilo. Assim aumentou a produção de papelão para 300 toneladas.

Fritz não parou, em 1983 comprou um salto no Rio Rahum no município de Taió. E construiu ali outra fábrica de pasta mecânica com produção de 250 toneladas mês de pasta seca. A Rio Verde já estava então com uma produção de 500 toneladas mês. Mas queria mais e mais, para aumentar a produção lhe faltava vapor para secar melhor o papelão. Foi assim que Fritz e sua equipe resolveram comprar uma caldeira mais potente.

Em 15 de maio de 1989, quando Fritz foi negociar a caldeira, em viagem sofreu um trágico acidente, que lhe tirou a vida. Em 10 de agosto de 1989, Iria Cilene Lauth Faller, inventariante do esposo Fritz Faller, faz nova distribuição de cotas. Formando uma nova diretoria, na qual Iria Cilene Lauth Faller passa a ser a diretora presidente em lugar de Fritz Faller.

Com a falta de Fritz, assumiu a linha de frente da empresa o sócio e genro, o empresário Osni Luiz Sens, já tendo bastante conhecimento sobre papelão e pasta mecânica, pois construíra sua própria fábrica de papel, em Benedito Novo.

Com a laboriosa equipe, conseguiu fazer outro produto derivado do papelão, e em 1995 com mais seis tambores de secagem, aumentou a produção de papelão em 45%, chegando a 900 toneladas mês.

Em 15 de janeiro de 1999, iniciou-se a maior ampliação e modernização do Parque Fabril da Rio Verde, super prensas, seis tambores de secagem, calandra, rebobinadeira, acionamento computadorizado, galpões da máquina. Depósito de aparas recicladas, almoxarifado. Elevando a produção para 1.300 toneladas mês. Também no mesmo ano Osni vendeu sua fábrica de papel em Benedito Novo, permanecendo somente com as unidades geradoras de energia e fabricação de pastas. Onde foi fundada a Hidrelétrica Sens Ltda. Com intuito de gerar energia e comercialização. Foram realizados investimentos em equipamentos de transmissão e distribuição de energia.

No ano de 2000, foram instalados novos equipamentos: tanques, hidropulper, depurador, refinador para processo de papel velho (aparas recicladas). Elevando a produção para uma capacidade de 1.500 toneladas mês.

Com o aumento da capacidade de produção, novos investimentos foram necessários e ano a ano foram sendo acrescentados, bem como, mantidas toda parte de manutenção para o bom andamento da fábrica até os dias atuais.

Hoje a Industrial e Agrícola Rio Verde conta com cerca de 200 funcionários e é a principal fonte de renda para muitas famílias riocampenses.


Luto, dor e lamentos marcam a despedida de Osni Luiz Sens, empresário da Rio Verde

Na segunda-feira (16) e o dia amanheceu de luto na comunidade Rio Verde, em Rio do Campo, onde está instalada a Industrial Agrícola Rio Verde. O barulho dos motores e das máquinas foram substituídos pelo silêncio e tristeza dos funcionários pela morte do empresário, sócio da empresa Osni Luiz Sens.

Osni era natural de Lages e escolheu Rio do Sul para viver, dedicou boa parte de sua vida para empreender. Tinha 60 anos e sofreu um infarto no começo da noite de domingo (15) no apartamento onde morava, no Jardim América.

Segundo relatos dos familiares ele disse à esposa que não estava se sentindo bem e que iria deitar para descansar, isso por volta das 17 horas da tarde. Duas horas depois ela percebeu que ele estava sem sinais vitais. O socorro foi chamado, mas a morte já tinha sido constatada.

Em relatos, o irmão do empresário, Alírio Sens, expressou sua dor e ainda mencionou muita admiração pelo irmão "Nos deixa tão prematuramente, nós lamentamos muito. É muito triste isso acontecer. Se tivesse que dar um nome para ele, eu o chamaria de guerreiro, porque ele sempre foi acima da média, sempre queria estar na frente e lutava. Foi um grande empreendedor. Foi uma pessoa que não tem palavras para descrever o quanto ele se dedicava ao trabalho, à família e tudo mais".

Foi em 1977 que Osni passou a morar em Rio do Sul, cidade que escolheu para viver e empreender. O empresário tinha vários ramos de atuação. Era dono de fábricas de papelão, em Rio do Campo e Rio do Sul. Tinha usinas hidrelétricas em vários municípios e comemorava a conclusão da mais recente, em Benedito Novo, que deve começar a operar nesta semana. Osni também tinha aberto loteamentos em Rio do Sul. Chamava a atenção de todos pelo perfil de liderança e dinamismo no trabalho.

O amigo do empresário, Horst Bremer, faz questão de mencionar o positivismo do amigo "Quando eu ouvia as palavras do Osni, sempre vinha o positivismo atrás dele. Me arrepia lembrar, nas enchentes ele foi prestativo ao serviço público, auxiliando, arregaçando as mangas, subindo em cima de máquinas. É o símbolo de uma pessoa que ensina a vencer na vida".

O Deputado Estadual Milton Hobus era também um amigo próximo do empresário, e em relatos, relembra situações em que teve o apoio do companheiro "Lembro-me que quando começamos a abrir a grande galeria que cortava a cidade de Rio do Sul, foi uma coisa muito pesada, muito difícil, porque a rua caia inteira. E num final de tarde nós estávamos lá sem saber o que fazer, desmoronando as cercas, trincando as casas. Então chegou o Osni no local com os caminhões dele e me falou: 'Milton nós temos que ser mais rápidos, estão aqui meus caminhões'. E eu o questionei dizendo que não poderia pagá-lo, não tinha legalidade para isso, mas ele retrucou que não interessava e que ia ajudar. Esse era o Osni! Era o Osni que queria fazer tudo por todos, e que deixa bons exemplos".

Osni teve participação ativa e importante na sociedade em Rio do Sul. Ele presidiu as associações empresariais, também foi presidente da Fusavi, entidade mantenedora do Hospital Regional. Em 2012 foi convidado para ser candidato a prefeito de Rio do Sul, mas não quis e acabou sendo vice na chapa encabeçada por Jorge Teixeira.

Na opinião do Deputado Milton Hobus Rio do Sul perdeu a oportunidade de ter um prefeito como Osni "Deus não quis que ele fosse prefeito de Rio do Sul, teria sido fantástico para cidade, mas ele relutou muito. Ele gostava de ajudar as pessoas mais simples mais pobres, e assim foi a vida dele".

Osni foi velado no ginásio municipal no Bairro Canoas, em Rio do Sul, local onde familiares e amigos prestaram suas últimas homenagens. O corpo ficou no local até por volta das 16 horas da tarde de segunda-feira (16), e em seguida seguiu para cremação.

Segundo o irmão de Osni, Alírio Sens, o empresário estava em uma fase muito feliz da vida, com a família, com os netos. "Ele morreu em uma época de muita felicidade, ele não sofreu, nem soube que morreu". Osni deixa esposa, dois filhos e três netos.

Fonte: RBA 


Vereadores lamentam morte de Osni

A 10ª sessão ordinária da Câmara de Rio do Campo, foi marcada por condolências à família de Osni Sens.

Emocionado, o vereador Jair Back (PSDB), que é funcionário da empresa há 30 anos, disse na Tribuna: "Tivemos uma grande perca, do nosso amigo e empresário, Osni Sens. Uma pessoa muito dedicada, inteligente e empreendedora. Tinha grandes sonhos e grandes projetos de avanço tanto na sua empresa como na sociedade. Não somente na empresa em Rio do Campo como também em Rio do Sul, Osni sempre foi um grande homem que se dispôs a ajudar a sociedade. Quem recorda da época das enchentes em Rio do Sul, sabe que lá estava Osni com seu maquinário ajudando a população afetada. Quem viu o grande número de pessoas no seu velório não precisava de mais nada para falar quem foi Osni".

"Minhas condolências à família Sens. Está aí a prova que Deus existe, Deus é grande, que não tem hora e não tem tempo para o chamado Dele. Então, Osni Sens, uma pessoa inovadora, empreendedor, um cara tão pouco vivido, 60 anos e já foi ceifado. Deus chamou", destacou o vereador Jonny Mary Machado (PP).

O vereador Sidnei Florêncio (PP) também deixou uma mensagem "Quero registrar minha tristeza e condolências à família do senhor Osni, do meu grande amigo Diogo. Há poucos dias Diogo me contou dos planos que o pai dele tinha. Osni sempre foi muito audacioso, era muito empreendedor e com certeza quem conhece a história sabe que era uma pessoa muito boa e prestativa, tanto que até hoje não vi ninguém falando mal", declarou.

O vereador Diomar Sadlowski (PT) também usou a tribuna para deixar uma mensagem à família do empresário "Que Deus conforte o coração de todos".

O Presidente da Câmara, Antonio Carlos Contezini (PSDB), destacou a importância de Sens para o município "Deixo minhas condolências à família do nosso amigo Osni Sens. Desde que ele casou com a filha do nosso amigo, também falecido, Fritz Faller, Osni foi um rapaz que sempre olhou para frente, teve uma direção e uma posição. Construiu um legado muito grandioso. Quem esteve no velório, em Rio do Sul, viu a quantidade de pessoas e de coroas enviadas e pôde ter uma ideia do que é uma pessoa honesta e digna diante da sociedade. Rio do Sul e Rio do Campo perdem com o falecimento de Osni, porque além de ser empresário, ele era uma pessoa humana, que enxergava as dificuldades e ajudava a população quando mais precisava".

Funcionários da empresa Rio Verde, em Rio do Campo, sofrem pela morte do empresário

Valdir Herbs, de 59 anos, trabalha na empresa Rio Verde há 45 anos. É gerente geral da empresa há 35 anos e também atualmente é diretor de produção.

"Além de patrão ele era meu amigo, o considerava como um irmão, estávamos 35 anos juntos. É inexplicável descrever o sentimento. Foi um susto tremendo, ninguém esperava, uma pessoa que estava saudável, trabalhando e de repente recebemos uma notícia dessas que ele tinha falecido. Foi um susto muito grande, não só para mim, mas como para todos da empresa. Temos que prosseguir com nossos trabalhos e vai dar tudo certo".

Marlise Zickuhr de 43 anos, em julho completa 27 anos de trabalho na empresa, pelo tempo de empresa já atuou em várias funções, trabalhou na fábrica de pratos, no almoxarifado e atualmente é auxiliar de escritório.

"O Osni não vinha com muita frequência, a cada dois meses ele vinha até a empresa, mas o contato era primordial, estava sempre a par de tudo e à frente de tudo. A perda tão repentina dele foi uma surpresa muito grande, pois ele não era apenas um patrão, era como um irmão para muitos e um pai para outros. Ele ajudava não só na parte da empresa, mas particularmente também, se alguém chegasse com algum problema ele fazia o possível para ajudar, era uma pessoa prestativa em todos os momentos e com todos. A quem o reconhecia ele estava disposto a ajudar.

É uma grande perda. Uma pessoa que a gente não contava que ia perder dessa forma, até porque ele cuidava da sua saúde, no entanto ele não tinha parada, era uma pessoa visionária, pensava nas coisas e já corria atrás, não esperava por ninguém colocava a mão na massa. Ele estava na frente de tudo, podia perguntar o que fosse para ele, tudo ele sabia. Foi um susto! Agora é da melhor maneira possível tentar ajudar e seguirmos em frente".

Cláudio Back, tem 48 anos e há 33 trabalha na empresa. Atualmente como gerente de compras.

"Quando comecei na empresa trabalhava na expedição de pratos, depois passei para o almoxarifado e diante do falecimento do senhor Fritz, em uma reunião passei para essa função, na qual atuo até o momento.

Nesses 33 anos que trabalho no Grupo Rio Verde aprendi muito com o Osni, em 1989, depois do falecimento do senhor Fritz Faller, fundador, é que passei a ter mais contato com ele. Ele Sempre nos passou confiança, dava liberdade de quando surgia qualquer dúvida podíamos recorrer a ele em qualquer momento, qualquer problema que ocorresse, tanto na área profissional, mas até mesmo na área particular, algum problema pessoal ele sempre estava disponível a ajudar. Sempre tratou a todos com igualdade, solidário com os problemas, logo oferecia ajuda.

Era uma pessoa otimista, entusiasta, com uma visão ampla dos negócios. Transmitia segurança e energia positiva às pessoas ao seu redor. Osni, na sua simplicidade sublime, não mandava, pedia. A exemplo das seguintes frases que ouvi por muitas vezes: 'Claudio você tem um tempinho para ver isso para mim? Você resolve isso assim que puder?'

Na enxurrada em 2011, que causou grande destruição na Rio Verde, era um sábado 6h30 da manhã colaboradores e familiares desesperados, mas lá já estava o Osni confortando a todos. Distribuindo ferramentas e material de limpeza. Ele dizia: 'Calma, vamos recomeçar, vamos arrumar tudo de novo'.

Osni sempre conduziu a empresa de maneira certa nas horas boas, porém, de maneira extraordinária nas horas difíceis. Guardo as frases que ele costumava falar nas reuniões:

- A Empresa é como uma grande engrenagem tudo precisa estar em harmonia e sincronismo para alcançar o objetivo final.

- É na dificuldade que a esperteza e a ousadia fazem a diferença.

- Somos uma grande família.

Posso dizer que a gente não assimilou ainda a morte dele, ainda não caiu a ficha. É um vazio! Ele fazia parte do nosso dia a dia, apesar de vir pouco até a empresa, mas o contato por telefone era constante. Se nós daqui já temos esse sentimento, imagina o pessoal da outra empresa onde ele estava sempre, estava lá para abrir, tomava café com eles. É uma situação bem difícil, é um vazio.

Que junto de Deus ele continue sempre cuidando da Família Rio Verde".