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Faleceu aos 70 anos de idade Nolberto Ferrari, mais conhecido como 'Neno Ferrari'. Seu falecimento ocorreu na manhã desta sexta-feira (25), no Hospital Samária de Rio do Sul.
Neno Ferrari sofria com as limitações do mal de parkinson. No fim de 2016, Nolberto concedeu uma entrevista ao Jornal A Tribuna do Vale sobre o Padre Cornélius. Ex-motorista do vigário, Ferrari contou muitas passagens de sua vida com o padre.
Hoje, um pouco limitado, pois não possui a mesma saúde de quando jovem, Nolberto Ferrari (Neno), com 69 anos de idade, conta um pouco sobre Padre Cornélius, que deixou um grande legado ao município de Rio do Campo.
Seu Neno Ferrari é viúvo, pai de três filhos Jarbas, Joel e Jane, e agora é casado com Valéria Kühlkamp. Seu Nolberto relata que o Padre dirigia um jeep para fazer visitas e ir às comunidades, mas falavam que ele era meio barbeirão, e foi rezar uma missa no Morro das Pedras, ele tava indo pelo morro comprido e se perdeu em uma curva, e ao invés de puxar o freio de mão engatou uma terceira e acelerou e foi morro abaixo, até foi comentado que existe a curva do Padre Cornélius, depois disso ele não quis mais dirigir, pegou sua carteira de motorista e colocou no fogo. ?A partir daquele dia ele me chamou para dirigir para ele?, afirma.
Nolberto morava em uma casa bem próxima a igreja, ao lado do antigo hospital, junto com a sua primeira esposa e seus sogros que se chamavam Alberto e Filomena Petri. ?Trabalhei 13 anos como motorista do Padre, levava ele rezar as missas nas capelas do interior, sábado e domingo?, relata seu Neno e acrescenta ?O Padre era bem recebido nas comunidades, gostavam bastante quando ele chegava. Ele era bem enérgico, porém sabia o que estava fazendo. Era muito humilde, não comprava quase nada, era bem simples, suas roupas eram todas bem gastas, ele fazia em favor da comunidade, a sua maior obra aqui em Rio do Campo foi o hospital, ele só existe por causa dele, em 1984 foi inaugurado. A construção do hospital levou quatro anos para ficar pronta, no ano que o padre faleceu, em 1989, estava em funcionando por pouco tempo.
Seu Neno acompanhou o Padre Cornélius até mesmo no período em que adoeceu ?Quando ele ficou doente e teve uma fratura na perna, ele foi internado em Campo Alegre que era para lá que as pessoas eram levadas. No dia seguinte ele já veio a óbito. A Lúcia Wechi foi quem ficou de acompanhante dele. Eu já estava em casa quando recebi a notícia da morte dele, por telefone?, explica. Era domingo pela manhã quando ele faleceu?, Seu Neno lembra que o cartório estava fechado, e que foi ele quem fez a declaração do óbito do Padre.
Além de motorista Seu Neno também ajudava na administração do seu dinheiro. As doações vinham da Alemanha e do governo brasileiro, mas a maior parte vinha da Alemanha. Seu Neno conta também que ele gostava muito dos pobres, mas aconselhava que tinham que trabalhar.
Dona Valéria se recorda de uma curiosidade que sua mãe, Marta Kühlkamp, relatava ?Ela contava sobre uma Santa que se chamava Nossa Senhora dos Pobres, que o Padre pediu para vir uma imagem lá da Alemanha, para colocar aqui na igreja, porém quando chegou no porto de Itajaí o padre já havia falecido, então o pessoal do porto mandou aqui para a igreja uma carta que veio junto a imagem, só que estava escrita em alemão, então levaram esta carta para minha mãe traduzir, e nela dizia para retirarem a imagem no porto?. Valéria conta também que vieram mais algumas cartas para o padre com endereço da Alemanha.
Essa foi a primeira vez que seu Neno Ferrari concedeu uma entrevista sobre os momentos em que trabalhou como motorista de Padre Cornélius. Seu Neno relatou que o padre também foi o responsável pela construção da casa para o médico em frente ao antigo hospital, conseguiu o dinheiro da Alemanha também e o pedreiro foi o Silvestre Wechi. Segundo seu Neno o padre idealizou a construção desta casa para os médicos porque eles não queria permanecer no município, vinha um mas logo ia embora, devido a distância e a falta de recursos. O antigo hospital era todo feito de madeira, depois que foi construído o novo, esse foi reformado e transformado em um posto de saúde.
Seu Neno trabalhava como pedreiro, e trabalhou do começo ao fim na obra do hospital novo, ele e o Silvestre Wechi, cada um fez uma parte.
Das idas e vinda com o Padre Cornélius, um momento ficou marcado ?Estávamos indo para o interior quando o padre avistou em um pasto uma cabrita e começou a rir e contou que na casa dele a mãe dele tirava leite da cabrita para eles tomarem.
Para Nolberto o Padre foi um exemplo para a comunidade ?Ele foi um exemplo de líder, uma pessoa 100%?.
Na época, a esposa do Neno reclamava que ele passava mais tempo com o Padre do que com a família. Seu Neno tinha a chave da porta da frente da casa e do quarto do Padre, por ser uma pessoa de grande confiança.
E para quem quer saber se é verdade que o Padre Cornélius comia alho, aqui vai a resposta ?Sim, dois dentes de alho pela manhã, em jejum, e dizia que fazia bem para a saúde, também tomava banho de água fria, era cuidadoso com alimentação, não almoçava fora de casa, tinha medo de comer alguma coisa diferente e passar mal. Quando o padre ganhava as galinhas assadas das festas, ele dava para eu levar para a família e era sempre a melhor galinha, afinal era para o padre?, finaliza seu Neno Ferrari.
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