Conhecemos, pela história, que os antigos moradores de Rio do Campo eram os índios e caboclos, que fugiram da Guerra do Contestado, ocorrida entre 1912 e 1916. Porém, a fundação da comunidade ocorreu em 1923, com a vinda de Senhor Luiz Bertolli, enviado para demarcar as terras, que também acolheu novos moradores de origem italiana, alemã e polonesa. Em 1936, foi feita a estrada que liga Rio do Campo a Taió. Como município, Rio do Campo só foi emancipado em 1961.

A participação das Irmãs Catequistas Franciscanas na história da cidade teve início na década de 40 quando as Irmãs Dorvalina Tridapalli e Maria Tambosi, acompanhadas pela Madre Maria Avosani - cofundadora da Congregação, chegaram em Rio do Campo no dia 19 de março em 1942. Elas saíram de Taió de carroça, às 03 horas da manhã, e chegaram em Rio do Campo às 15 horas, já no final da missa do Padroeiro São José. Missa que foi presidida pelo Pe. José Novac, vigário de Taió.

A moradia das irmãs era simples, igual as dos moradores da época. Lavavam as roupas no rio, buscavam água em um poço bem longe da casa. Existia muito mato e, com isso, muitos pernilongos que não deixavam ninguém dormir. Consta na crônica, em arquivo na congregação, que as irmãs escreveram para o Frei Bruno, que fizesse uma oração para que desaparecessem os pernilongos, e isso aconteceu.

A missão das irmãs foi acontecendo, desde o início, conforme o Carisma. Total dedicação à educação e à catequese. No ano em que elas chegaram, já havia 40 alunos matriculados - idade de 15 a 21 anos, e, após alguns anos, eram 250 alunos. Na catequese da 1ª Eucaristia havia 40 participantes, com idade entre 15 e 21 anos.

Em 1943, a fraternidade recebeu mais uma irmã: Emma Vicenzi. Neste mesmo ano, recebem a visita do Bispo de Joinville, Dom Pio de Freitas, e a notícia de que Rio do Campo iria pertencer à paróquia de Ribeirão Grande, hoje Salete, e que teria como pároco, o Pe. Eduardo Sumermatter.

Nesses 78 anos, na terra abençoada de Rio do Campo, muitas irmãs, talvez mais de 70, foram presença gratuita, responsável e de atuação diferenciada. Além de serem professoras, diretoras e catequistas, colaboraram no surgimento da Pastoral da Terra, na organização do grupo de mulheres agricultoras, no despertar de diferentes vocações e na formação de lideranças. Sempre se empenharam na educação escolar e, com a atuação de irmã Lecticia Zanella, conseguiram o curso do Magistério. Após deixados os trabalhos na educação escolar, as irmãs continuaram na pastoral da paróquia. Foram apoio e presença amiga para as famílias, para os jovens e para as pessoas doentes. Pode-se dizer, a toda a comunidade, com convicção, alegria e gratidão, as irmãs evangelizaram e foram evangelizadas.

"Destacamos ainda as vocações para vida religiosa, em nossa congregação das irmãs: Tereza Soares da Silva, Hilda Leonor Moratelli, Adelina Mayer, in memoriam; Emma Willimann, que hoje se encontra em Rio do Sul; Maria Aroni Rauen, em missão em Duque de Caxias/RJ; Ana Lucia Corbani, em Teresina/PI; Carmelita Zanella, em Angola, na África", menciona a Madre Irmã Maria Lunardi,

A partir do dia 10 de setembro, as irmãs que estão atualmente em Rio do Campo irão residir em outras cidades, onde continuarão a cumprir suas missões. Irmã Filomena Bona irá morar em Taió; já a Irmã Lúcia Neotti e a Irmã Joana Traversini, em Laurentino. "As portas das nossas casas estarão abertas para acolher vocês, amigos e amigas de Rio do Campo, quando passar este tempo de distanciamento social. E estaremos unidas em orações pela continuidade da missão de cada um e cada uma de vocês da comunidade", mencionam as Irmãs.

"Perdão por alguns desencontros, mal-entendidos e falta de compreensão, que possam ter ocorrido. Porém, louvor e gratidão a todas as pessoas, ao atual pároco - Padre Gilson Siqueira Alves, e aos outros padres que passaram por Rio do Campo. Desejamos que continuem firmes e perseverantes! Vivam sempre em comunidade para estarem em comunhão com Deus e com os irmãos e irmãs", agradecem as Irmãs Catequistas Franciscanas e acrescentam "Um destaque ao religioso, da Congregação dos Espiritanos, Pe. Cornelius Kiniebeler, in memorian, que sempre nos apoiou na missão em Rio do Campo, e se preocupou em construir uma casa para as irmãs (1971), com recursos próprios. A ele nossa eterna gratidão".

Na noite de quarta-feira, 02 de setembro, a comunidade paroquial São José, em Rio do Campo, juntamente com a presidência do bispo diocesano, Dom Onécimo Alberton, celebrou a missa em ação de graças e gratidão pela presença das irmãs. Na mesma oportunidade a Madre Irmã Maria Lunardi, que também é chamada de ministra provincial deixou uma mensagem aos Riocampenses "Que o Bom Jesus continue abençoando a caminhada desta Paróquia e suas lideranças, e que todos os fiéis sejam iluminados pela força do Espírito Santo e do Padroeiro São José"!