Governador autoriza início das obras de reforma da Barragem de Ituporanga |
Conta no Twitter divulga depoimentos e até nomes de possíveis abusadores, mas Polícia diz que publicação é ilegal
Um perfil criado no Twitter, que já tem mais de três mil seguidores, tem chamado a atenção de milhares de internautas da região e virou inclusive caso de polícia. A página intitulada como @ExposedRDS tem publicado denúncias de mulheres que em algum momento teriam sido abusadas e vêm divulgando inclusive os nomes de alguns dos supostos abusadores.
O Jornal Diário do Alto Vale optou por não divulgar o nome da criadora da página, que é uma menor de idade, mas em entrevista à reportagem ela conta que a divulgação é uma forma de combater os abusos e incentivar que as vítimas denunciem o crime. "Eu resolvi fazer esse perfil, pois muitas amigas minhas já passaram por algum abuso, tanto sexual, verbal ou psicológico. Elas têm muito medo de sair na rua, irem em festas, andar nem que seja uma quadra", afirma.
A adolescente ressalta que pensava há algum tempo em criar uma espécie de canal de denúncias e acabou conhecendo a #ExposedFloripa, um perfil no Twitter onde meninas relatavam os casos de abuso e decidiu implantar a ideia também na no Alto Vale. "Ganhou uma repercussão muito grande, as mulheres da nossa sociedade passam por isso todo dia e meio que abafam os casos, ou deixam passar falando que a mulher provocou, que a mulher pediu pra ser abusada e isso é uma coisa horrível", ressalta.
Desde que o perfil foi criado, a garota diz que já foram mais de 100 depoimentos, alguns citando, inclusive, o nome dos supostos abusadores - o que de acordo com a Polícia Civil é ilegal. "Se alguém foi vítima de algum crime tem que procurar a delegacia, pois nem nós mesmos como polícia ou a imprensa podemos divulgar nomes. Essa exposição não pode ocorrer e qualquer crime, seja sexual ou de outro tipo, deve ser comunicado a autoridade policial através de um Boletim de Ocorrência para apuração dos fatos", afirma a agente de polícia Claudia Stedile dos Santos, da Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso.
A policial esclarece ainda que se alguém que teve seu nome mencionado se sentiu lesado com as postagens, também pode formalizar um Boletim de Ocorrência e a própria Polícia Civil tem a possibilidade de solicitar a rede social a exclusão da página, mas revela que os internautas, ou quem foi citado como autor de um crime, pode tomar algumas medidas simples. "Qualquer pessoa pode ir ali e denunciar a página", completa Claudia.
A reportagem também entrou em contato com três jovens citados em postagens, mas nenhum aceitou gravar entrevista.
Deixe seu comentário