A cantora, atriz e empreendedora Preta Maria Gadelha Gil Moreira — mais conhecida como Preta Gil — faleceu neste domingo (20), aos 50 anos, em Nova York. A notícia foi confirmada pela família por meio de comunicado oficial divulgado pelo seu pai, o músico Gilberto Gil.

Uma trajetória marcada pela coragem e honestidade

De acordo com o Portal UOL, diagnosticada com câncer de intestino em janeiro de 2023, Preta passou por diversas fases do tratamento, incluindo cirurgia, quimioterapia, radioterapia e até uma ileostomia. Após período de remissão em dezembro de 2023, a doença voltou em 2024, com metástases em linfonodos, peritônio e ureter.

Buscando tratamentos inovadores, a artista se mudou para os Estados Unidos em maio de 2025, onde passou a ser atendida no Memorial Sloan Kettering Cancer Center. Ela já se encontrava internada por sepse e risco de vida, conforme relatos.

O adeus de um pai: mensagem de Gilberto Gil

Em um breve, mas comovente, anúncio nas redes sociais, Gilberto Gil afirmou:

“É com tristeza que informamos o falecimento de Preta Maria Gadelha Gil Moreira em Nova York […] estamos neste momento cuidando dos procedimentos para sua repatriação ao Brasil. Pedimos a compreensão de tantos queridos amigos, fãs e profissionais da imprensa enquanto atravessamos esse momento difícil em família.” 

Repercussão nacional e internacional

O falecimento de Preta repercutiu amplamente na imprensa mundial. Segundo fontes europeias, ela foi saudada como “um símbolo da luta contra o racismo e pelos direitos das mulheres e da comunidade LGBT+”. Nos Estados Unidos, veículos chamaram-na de “amada cantora brasileira”.

No Brasil, o presidente Lula declarou:

“Talentosa e batalhadora em tudo o que fazia … seguindo revelando a alegria de viver mesmo nos momentos mais difíceis de seu tratamento.”

Além disso, artistas, clubes de futebol – como Flamengo, Bahia e Botafogo – e fãs prestaram homenagens emocionadas nas redes.

O legado de Preta Gil

  • Diversidade e empoderamento: filha de Gilberto Gil, Preta sempre se posicionou abertamente como mulher preta, gorda e bissexual, enfrentando preconceitos. Em entrevista à Forbes, disse com firmeza:
    “Eu costumo dizer que eu era a Preta no mundinho da Tropicália… o mundo não era assim”.
  • Carreira multifacetada: estreou em 2003 com o disco Prêt-à-Porter e participou de novelas como Ti‑Ti‑Ti e Caminhos do Coração. Em 2017, fundou a agência Mynd, que representa talentos digitais.
  • Ativismo vivo: usou sua voz para pautas contra racismo, gordofobia e homofobia; incentivava o diagnóstico precoce de câncer, relatando publicamente sintomas e tratamento.