Português causa revolta ao oferecer € 500 por “cabeça de brasileiro” em vídeo
data atualização
04/09/2025 09:04
Foto: redes sociais
Polícia investiga João Figueira após vídeo oferecer € 500 por cada brasileiro; inquérito foi aberto pelo Núcleo de Cibercriminalidade
A Polícia de Segurança Pública de Portugal (PSP) abriu um inquérito para investigar um português que publicou nas redes sociais um vídeo oferecendo € 500 (cerca de R$ 3,1 mil) por cada “cabeça de brasileiro”. O caso, revelado pelo blog Portugal Giro, provocou indignação entre a comunidade brasileira no país — atualmente a maior de estrangeiros em Portugal, com cerca de 550 mil pessoas.
Identificado como João Figueira, morador de Aveiro, o homem chamou os brasileiros de “raça maldita” e incentivou a violência contra imigrantes, independentemente de estarem em situação regular ou irregular.
“Cada português que trouxer a cabeça de um brasileiro, desses ‘zukas’ que vivem aqui em Portugal, estejam legais ou ilegais, cada cabeça que trouxer eu pago € 500”, afirmou Figueira no vídeo.
O caso foi imediatamente encaminhado ao Núcleo de Cibercriminalidade do Departamento de Investigação Criminal, que já identificou o autor e enviou as informações às autoridades judiciais. A polícia destacou que os fatos configuram crime público.
Reações e repúdio
A repercussão foi rápida. Ana Paula Costa, presidente da Casa do Brasil de Lisboa, classificou o episódio como “a expressão mais perversa, violenta e criminosa do discurso anti-imigração, do racismo e da xenofobia”.
Nas redes sociais, as manifestações de repúdio se multiplicaram. A padaria onde João trabalhava anunciou a demissão imediata do funcionário:
“Queremos deixar claro que a pessoa envolvida nos vídeos já não faz parte da nossa equipe. Não aceitamos nem compactuamos com qualquer forma de racismo”, informou a empresa em nota.
Impacto na comunidade brasileira
O episódio reforçou o clima de apreensão entre brasileiros que vivem em Portugal. Apesar de casos isolados de xenofobia, a comunidade é conhecida por sua forte integração no mercado de trabalho e na vida cultural do país. A expectativa agora é que a Justiça portuguesa dê uma resposta rápida ao caso.
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