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Foto: wirestock - Sanções dos EUA contra o Brasil podem chegar a 500% devido ao comércio com a Rússia, afetando especialmente o agronegócio e fertilizantes.
O Brasil está na mira de uma nova sanção econômica imposta pelos Estados Unidos, com tarifas que podem chegar a 500% sobre produtos brasileiros. A ameaça faz parte do Sanctioning Russia Act of 2025, proposta que avança no Congresso americano como forma de pressionar países que continuam negociando com a Rússia, em meio à guerra na Ucrânia.
A medida, defendida por parlamentares dos dois maiores partidos dos EUA, visa isolar economicamente o governo russo. Como o Brasil mantém relações comerciais estratégicas com Moscou — principalmente na importação de fertilizantes —, especialistas apontam que o país pode ser duramente impactado.
O que está por trás das possíveis sanções?
Na última semana, o presidente Donald Trump anunciou um tarifaço de 50% sobre centenas de produtos brasileiros, com vigência já a partir da próxima semana. Agora, a nova ameaça envolve uma tarifa até dez vezes maior: 500%. Segundo o governo americano, essa medida tem como objetivo cortar o financiamento à máquina de guerra russa.
“O país que compra petróleo, gás ou urânio da Rússia está, na prática, financiando o conflito”, disse o senador democrata Richard Blumenthal, que, junto com o republicano Lindsey Graham, lidera o projeto de lei.
O projeto também autoriza sanções secundárias, ou seja, punições não apenas à Rússia, mas também a países parceiros comerciais que mantêm relações com Moscou — como o Brasil.
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Impacto direto no agronegócio brasileiro
Um dos principais pontos de tensão está na dependência brasileira de fertilizantes russos. O Brasil importa boa parte desse insumo essencial para o agronegócio, setor responsável por uma fatia significativa do PIB nacional.
“O Brasil não tem como abrir mão dessa parceria no curto prazo. Não tem fertilizante sobrando no mundo. Essa relação é vital para o setor produtivo”, afirmou o senador Jaques Wagner (PT-BA), líder do governo no Senado.
A preocupação é que, com o novo tarifaço, produtos como carne bovina, café e cacau — grandes exportações brasileiras para os EUA — passem a ser taxados pesadamente, afetando a competitividade internacional do país.
Congresso americano já sinaliza aprovação
A proposta, que conta com apoio de mais de 80 senadores, já tem força suficiente para avançar no Congresso dos EUA. Em visita a Washington, senadores brasileiros ouviram dos parlamentares norte-americanos que a aprovação é questão de tempo.
“Tanto democratas quanto republicanos foram claros: quem continuar fazendo negócios com a Rússia vai sofrer sanções automáticas”, disse o senador Carlos Viana (Podemos-MG).
Além do Brasil, países como Índia e China também estão sob avaliação. A Índia, inclusive, já teve tarifas de 25% aplicadas como punição por manter relações comerciais com Moscou.
Quais produtos brasileiros serão mais afetados?
O pacote inicial de sanções deixou de fora alguns produtos como suco de laranja, petróleo e minério de ferro. No entanto, as commodities agrícolas de alto valor — como carne bovina, café e cacau — foram incluídas no tarifaço, o que pode causar um impacto direto na balança comercial.
Com a possível ampliação da tarifa para 500%, o cenário se torna ainda mais preocupante para exportadores brasileiros.
E agora? O que pode ser feito?
O governo brasileiro ainda avalia estratégias diplomáticas para mitigar os efeitos das medidas. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou que a prioridade é proteger os empregos e setores mais sensíveis da economia.
Mas a situação exige uma resposta rápida e coordenada. Com a proposta ganhando força nos EUA, o Brasil terá que equilibrar sua política externa entre a dependência de insumos estratégicos e a preservação de suas exportações para o mercado americano.
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