Diocese de Rio do Sul promove Celebração de Natal no Presídio Regional |
Confira o texto do colunista do JATV
"O casamento é celebrado aos pés do altar, porque o altar é o lugar do sacrifício. É um perpétuo aviso ao casal: sem sacrifício recíproco não há felicidade". (Santo Afonso Maria de Ligório). Sem sacrifício recíproco não há felicidade. A palavra sacrifício usualmente entendida como algo pesado. Etimologicamente quer dizer "Sagrado Ofício ou Sagrado Trabalho". O Casamento diante do altar é sagrado. Dá-se contorno de céu a uma realidade terrena, diviniza-se algo tão humano que é o amor. Ao tornarmos sagrada a realidade humana do amor, queremos reafirmar que o casamento não é uma construção sociológica patriarcal, mas o casamento tem seu marco inicial no livro do Gênesis (2,24) "eles se tornam uma só carne". Não significa a "morte do eu", mas a força do nós. Doravante será: Nossa casa, nossa, vida, nossos filhos, nossos sonhos. No casamento o casal cruza a ponte do eu para o nós. Sendo assim; recordamos as palavras do poeta Carlos Drummond de Andrade quando disse: "O ser busca o outro ser, e ao conhecê-lo acha a razão de ser já dividido. São dois em um".
Não caiamos na tentação fácil da profanação do casamento que é muito visível em nossa sociedade, pois casamento não é para menina, é para mulher. Não é para menino, é para homem. Infelizmente vemos pessoas imaturas e infantis profanarem o casamento mediante a infidelidade e violência. Tais pessoas vivem a lógica do mundo que é a lógica do descartável, do provisório. Tais pessoas não são capazes de viver o sagrado trabalho do casamento por uma simples razão: Antes de se casarem com o outro. Se casaram com o próprio umbigo. São egoístas. Não possuem a capacidade de doação de sair do eu para nós. Escutemos o que Jesus disse. "Quem ouve estas minhas palavras e as põe em prática, é como um homem prudente". (Mt 7,24).
Primeiro importante ponto de um casamento feliz é ouvir. Ouvir à Cristo. Seja os nossos lares cheios da presença de Cristo mediante rituais de oração a mesa, ensinemos as orações aos filhos, tenhamos algum símbolo religioso em casa. Cultivemos a oração a dois. Escutemos Cristo na palavra. Ouvir é uma arte. Certa vez Rubens Alves disse: "Só existe curso de oratória, porque todo mundo quer falar bonito. Mas podia existir curso de escutatória".
Quantas brigas poderiam ser evitadas se o casal aprendesse a escutar mais. É melhor permanecer em silêncio e ser do que falar e não ser. Vamos ouvir mais, pois quem controla a língua, controla sua própria vida. Casamento é um sagrado trabalho. Sagrado ofício porque é tecido de forma artesanal com quatro mãos e dois corações. É exigente... é um trabalho a dois. Os dois no mesmo passo. Os dois caminhando juntos. Na alegria, mas pode ter no caminho a tristeza. Na saúde, mas pode ter no caminho a doença. E isso até quando? Todos os dias da vida. Ah, Padre, mas é difícil. Aprendamos que na vida as maiores conquistas, as grandes vitórias, foram difíceis, foram suadas, mas valeu a pena. Pois a coroa da vitória nunca está no começo ou no meio, mas sempre no fim. Sejamos fiéis até o fim.
Deixe seu comentário