Antes de ser preso, Taioense fez fortuna no Mato Grosso
O Taioense Waldir Júlio Teis tentou obstruir provas durante buscas da Policia Federal, ele faz parte de uma quadrilha formada por outros cinco conselheiros do Tribunal de Contas do Mato Grosso. Um vídeo mostra o conselheiro descendo 16 andares de escada e sendo seguido por agente da PF. Waldir foi preso nesta semana por tentar prejudicar trabalho da polícia.
Teis trabalhava com a família na agricultura em Taió. Após completar o ensino fundamental, partiram para o estado de Mato Grosso, que na época, oferecia ricas oportunidades de trabalho e terras.A família de Waldir se estabeleceu na cidade de Rondonópolis(220 KM de Cuiabá), região Sul do estado mato-grossense.
Na nova cidade Waldir fez alguns trabalhos tercerizados até conseguir um emprego na recém criada empresa do paranaense André Maggi, também descendente de italianos e pai do ex-senador Blairo Maggi. Júlio foi auxiliar administrativo da empresa do senhor Maggi a partir de 1973 e foi aconselhado a estudar.
Esforçado, o conselheiro fez supletivo de 2º grau e depois fez auxiliar de contabilidade. Ficou amigo do filho do senhor André, Blairo Maggi que seria eleito governador de Mato Grosso. Waldir passou a fazer contabilidade para a empresa dos Maggi.
E em 2002, após a eleição do 'chefe' para governador de Mato Grosso, Waldir passou para auxiliar contábil da empresa, e foi indicado por Blairo, secretário de Fazenda de Mato Grosso, cargo que ele nunca sonhava que um dia poderia alcançar.
Após três anos no cargo, Waldir foi indicado pelo governador Maggi ao cargo de conselheiro do Tribunal de Contas, no dia 14 de Dezembro de 2007. A partir daí, o tímido ex-trabalhador rural do interior catarinense viu que poderia ser um homem milionário. E foi.
O taioense integrou a quadrilha conjuntamente com outros quatros conselheiros, Antônio Joaquim, José Carlos Novelli Valter Albano e Sérgio Ricardo e em 10 anos como conselheiro passou a ser um de um simples trabalhador rural do oeste catarinense, para homem milionário como conselheiro do Tribunal de Contas de Mato Grosso, mesmo sem metrado e/ou doutorado na área contábil.
Mas, a máscara de Teis começou a ser desvendada na manha de quarta feira, 1º. Quando agentes da Polícia Federal, a pedido do Ministério Público Federal (MPF), efetuou sua prisão ocorrida em sua residência, em Cuiabá.
A ordem para a prisão foi proferida pelo ministro Raul Araújo, relator da Operação Ararath no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e teve como base relatório da Polícia Federal que revelou indícios de que o conselheiro tentou embaraçar as investigações, durante o cumprimento de mandado de busca e apreensão em seus endereços.
A tentativa de obstruir a Justiça foi presenciada pela Polícia Federal que registrou a ação em foto e vídeo.
O conselheiro, que é investigado por corrupção passiva e ativa e lavagem de dinheiro, foi denunciado na terça-feira,30, pela conduta que levou à prisão preventiva. Em 17 de junho, cumprindo as medidas cautelares autorizadas pelo STJ, policiais federais e membros do MPF estiveram em 19 endereços ligados aos investigados da Operação Ararath.
Durante as buscas no escritório do conselheiro do TCE/MT, a Polícia Federal flagrou o investigado tentando destruir cheques assinados em branco e canhotos de cheques - jogando-os na lixeira do prédio, depois de descer correndo 16 andares de escada. A tentativa do conselheiro foi filmada e fotografada.
Só não houve prisão em flagrante por que, como magistrado, o conselheiro tem imunidade que restringe a possibilidade prisões quando se tratar de crimes afiançáveis.
Na investigação, a Polícia Federal e o Ministério Público Federal identificaram que os cheques são de empresas ligadas à organização criminosa da qual o conselheiro é suspeito de integrar. Os canhotos dos cheques somam mais de R$ 450 mil.
Na decisão, o ministro Raul Araújo apontou indícios de materialidade e autoria dos crimes investigados e decretou a prisão preventiva do conselheiro do TCE/MT para a garantia da ordem pública, para a conveniência da instrução criminal e também pelo perigo gerado pelo investigado contra a elucidação dos fatos.
O catarinense faz parte de uma quadrilha formada por outros cinco conselheiros: Antônio Joaquim, Walter Albano, Sérgio Ricardo, e José Carlos Novelli de desviarem R$ 137.076.812,05 milhões do próprio Tribunal de Contas de Mato Grosso(TCER/MT) em um bem organizado 'esquema' de corrupção enraizado no 'seio' do órgão.
Eles fraudaram licitação e pagaram R$ 212.402.631,49 milhões para as empresas Ábaco Tecnologia da Informação Ltda, de sua propriedade, e ainda por Spazio Digital Soluções em TI e Digitalização, Simetrya Tecnologia da Informação Ltda, Complexx Tecnologia Ltda, Serprel Comércio de Produtos de Informática Ltda, JFTC Teleinformática Ltda - ME, Impar Gestão e Soluções, Allen Rio Serv. e Com. de Prod. de Informática Ltda, Travessia Desenvolvimento Organizacional Ltda, Tecnomapas Ltda, Gendoc, Prixx Tecnologia da Informática Sistemas e Empreendimentos LTDA e o Consórcio Simaker (Consórcio entre as empresas Simetrya e Aker), em contratos em tecnologia da informação para fornecimento de software com T.I., para o próprio TCE/MT, compreendidos entre 2012 e 2015.
Além disso, o conselheiro fez parte da extorsão contra o ex-governador Silval Barbosa(MDB) na ordem de R$ 53 milhões, para aprovar as contas de Governo, na época. Teis foi secretário de Fazenda de Mato Grosso na gestão do ex-governador Blairo Maggi e foi indicado por ele e uma vaga de conselheiro, no TCE.
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