Há um mês, o município de Taió enfrentava uma situação dramática. No começo da segunda-feira, dia 9 de outubro, uma enchente catastrófica tomava conta da cidade e levava a água até o segundo piso das casas e prédios.
Na ocasião, o nível do rio no Alto Vale do Itajaí atingia níveis poucas vezes observados antes na história da cidade e superava a cota de 12 metros naquela madrugada de segunda-feira. As águas subiam e bateram marcas sem precedentes, chegando aos 12,40m às 13h daquele dia.
A Prefeitura de Taió informou que a enchente foi a maior que se tem registro na história do município e que a cota superou a da grande enchente do ano de 2011 e até o recorde de 1983, no devastador Super El Niño daquele ano em Santa Catarina.
O esforço para ajudar moradores presos em meio à inundação era frenético na cidade. Bombeiros atuavam com botes para resgar as pessoas das casas inundadas ou ilhadas na cidade com a subida das águas.
Taió já enfrentava inundações graves desde o início de outubro, mas a situação piorou muito no final do domingo (8), e nas primeiras horas da segunda-feira, com a chegada de uma segunda onda de vazão gerada pelas chuvas intensas registradas na bacia do Rio Itajaí -Açu entre a tarde e a noite do domingo e que seguiram à forte precipitação entre sexta (6) e o sábado (7) na região.
As águas subiram tanto em poucas horas que alcançaram o segundo andar de muitas casas e edifícios na área central da cidade. Comerciantes que não retiraram as suas mercadorias tiveram perdas significativas nos seus estabelecimentos à medida que a inundação tomava conta do comércio local.
A barragem de Taió extravasou. Medição das 5h da segunda-feira (9) indicava o rio com 12,11 metros no centro da cidade. A barragem Oeste estava com 25,62 metros na montante e passou a verter quando o nível superou os 23,30 metros. Até então, haviam seis comportas fechadas e uma aberta.
De acordo com dados de estação da Epagri-Ciram, a chuva da sexta-feira anterior em Taió atingiu 230 mm. O acumulado nos sete dias, entretanto, chegou a 344 mm na estação do órgão catarinense. Em 15 dias, a precipitação na região atingiu índices de 400 mm a 500 mm, muitíssimo acima da climatologia normal.
Passado um mês, Taió segue se recuperando. Com a força e união de um povo trabalhador, logo estas marcas serão apenas partes da história. Uma história sofrida, é verdade, mas que mais uma vez mostra a resiliência dos taioenses.
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