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Natal 2020

Terezinhense conta como é nascer no Natal

Natália Arendartchuk completa hoje 65 anos de idade e tem uma linda história de vida

Natália Arendartchuk é uma moradora de Santa Terezinha que tem tudo a ver com o Natal. Nascida no dia 25 de dezembro de 1955, ela completará seus 65 anos neste ano. Com uma história inspiradora, Natália aceitou contar como é nascer justamente no dia de Natal. As curiosidades vão desde os primeiros aniversários, quando a pequena Natália tinha uma condição financeira menos abastada, até os dias de hoje, em que sempre faz um bolo para comemorar idade nova.

Como é de origem polonesa, no Natal, Natália e sua comadre Zelinda (que é da mesma origem), se reúnem para cantar "kol?da" (músicas natalinas) em polonês. Seu esposo é ucraniano, e no Natal também há os cantos e grupos da origem dele, de pessoas que cantam celebrando o Natal.

Se a data é duplamente comemorada no dia do aniversário de Jesus (segundo o calendário cristão), foi em um dia de Páscoa que Natália teve a grande tristeza da sua vida: a morte precoce de uma de suas filhas. Apesar dos mais de 20 anos do acontecimento, infelizmente esse dia de luto ainda lhe atormenta. Confira a entrevista completa:


JATV- Quando a senhora era criança, como os seus pais comemoravam o seu aniversário e o Natal?

NATÁLIA - A comemoração era de Natal, nascimento de Jesus. Éramos uma família humilde, mas como eu era muito estudiosa, ganhava presente do meu tio Wadislau Sadloski, que tinha mais condições, pois tinha um pequeno comércio. O Natal e as comidas eram simples, mas muito aguardados. Tínhamos cuca, bolacha assada no forno, pernil assado no forno... Era uma data muito especial.


JATV - Gosta de a data do seu aniversário ser o dia 25/12 ou preferia que fosse outra data?

NATÁLIA - Eu gosto, pois meu nascimento é comemorado no mesmo dia de Jesus e nunca passa em branco essa data, pois é um dia de celebração universal.


JATV - Sabe se os pais lhe deram esse nome em virtude do Natal? Eles contaram para você?

NATÁLIA - Sim. Meu nome (Natália) vem de Natal, minha mãe sempre recordava.


JATV - Hoje em dia, como a senhora comemora o aniversário e o Natal?

NATÁLIA - Comemoro com minha família (esposo, filhos e netos). Sempre tem um bolo que é referente ao aniversário e outros "comes e bebes" pela passagem do Natal.


JATV - Natal é tempo de superação e a sua história é assim. Conte-nos um pouco mais sobre a sua trajetória de vida que é uma história de superação.

NATÁLIA - Meus pais e irmãos mais velhos viviam no Rio da Prata, em Rio do Campo. Eles se mudaram para o Paraná, onde residimos por 13 anos. Foi nesse estado que nasci. Fui registrada no município de Arapongas. Quando tinha 05 anos, nos mudamos para o Rio da Prata novamente. Veio minha mãe com seus oito filhos e meu pai ficou no Paraná para resolver questões legais. Meu pai não chegou a voltar para ficar conosco, pois adoeceu e faleceu na viagem de retorno. Com dificuldades, minha mãe e meus irmãos sustentaram a família.

Estudei na Escola do Rio da Prata até a 4ª série. Nos mudamos então para Santa Terezinha, onde meus irmãos ainda residem. Fui convidada pela amiga de minha mãe para dar aula em uma Escola Isolada. Sempre fui muito estudiosa e fiz o Ensino Médio, e com aquele nível de estudo, era permitido lecionar, na época. Comecei a dar aulas e fazer cursos de aperfeiçoamento. Lecionei por cinco anos e nesse período, me casei com o Isidoro Arendartchuk e tive filhos. As dificuldades de lecionar, fazer cursos e cuidar das crianças, me fizeram desistir da minha profissão. Decidi dar prioridade aos meus filhos e ajudar meu esposo na lavoura.

Tive 04 filhos (Adelmar, Sandra Maria, Sônia Luzia e Marta Aparecida). Apesar das dificuldades, eu e meu esposo buscamos sempre dar o melhor para nossos filhos, principalmente ensinar-lhes respeito, honestidade e amor ao próximo. Com 17 anos, minha filha Sandra quis se mudar para a cidade em busca de uma vida melhor e de um trabalho menos sofrido do que o da lavoura. Infelizmente, após uma semana, no dia de Páscoa (04/04/1999), ela sofreu um acidente (atropelamento) e foi morar com Deus.

Para mim e para a minha família, não há superação dessa perda. Porém, tivemos que ser fortes por nossos outros filhos e por nós mesmos, porque são os planos de Deus dos quais não podemos recuar.


JATV - A sua história de garra e superação deve servir de exemplo para outras pessoas que passam por algum tipo de dificuldade. Qual recado a senhora dá a essas pessoas?

NATÁLIA - A mensagem que eu passo é a de que as pessoas devem ser fortes e manter-se firmes na fé em Deus, pois Ele nos capacita para lutar. Ele nos deu a vida e merece que lutemos por ela. Desejo que todos vençam suas lutas.


JATV - Qual é a mensagem de Natal que a senhora deixaria para as pessoas?

NATÁLIA - Que possamos ficar sempre com as nossas memórias boas. As memórias de dificuldades devem ser descartadas. E que o menino Jesus traga esperança de um mundo melhor para todos.


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