Estatística. Autoridades dizem que durante o período de Páscoa as ocorrências diminuíram em 30% em relação ao ano passado
Mesmo com policiamento ostensivo, acompanhado por técnicos da Epagri e Polícia Ambiental, a Farra de Boi aconteceu em algumas cidades do Vale do Rio Tijucas. Foi tudo na surdina, porém as comunidades onde a brincadeira foi realizada não denunciaram as ocorrências, tendo em vista que nesses locais não havia selvageria e crueldade contra os animais. Em um dos municípios os farristas diversificaram a polêmica atividade cultural soltando um bode velho, que era bravo e brincava com mulheres e crianças.
Durante o período de Páscoa, o número de casos de farra do boi registrado pela Polícia Militar em Santa Catarina caiu 30,7%. Entre os dias 2 e 5 de abril de 2015 foram geradas 75 ocorrências, já neste ano, entre 24 e 27 de março, na Semana Santa, o total de atendimentos caiu para 52. Esta é a época de maior concentração da prática.
Os números foram divulgados na tarde desta segunda-feira (28) pelo Comando Geral da PM. Conforme a Polícia Militar, a queda está relacionada a campanhas educativas, como palestras em escolas, e ações policiais preventivas e pontuais. Este ano, a PM também passou a contar com drones para identificar os locais onde os animais são soltos.
As maiores incidências
A cidade que concentrou o maior número de ocorrências foi Governador Celso Ramos, seguido de Florianópolis, Bombinhas, Itapema e Porto Belo. Já as prisões tiveram uma queda considerável: foi apenas uma este ano, frente a 10 no passado. E o número de bois aprendidos caiu de seis no ano passado para 10 este ano.
Em Itapema a Farra de Boi aconteceu em diferentes pontos da cidade, sendo que num deles o animal foi parar dentro de um riacho, bastante machucado e assustado. A polícia foi chamada ao local, mas quando lá chegou encontrou apenas o boi. Os farristas haviam evaporado.
Em alguns lugares o boi levou a melhor, atingindo violentamente os farristas. Em fevereiro um jovem de 25 anos morreu numa farra do boi em Bombinhas. O rapaz foi ferido por uma chifrada numa mata fechada dentro do Morro do Resgate. Mesmo após o trágico acidente as brincadeiras prosseguiram como se nada tivesse acontecido.
A prática é proibida no Brasil desde 1998. Se o Governo do Estado não tentar coibir essa manifestação tida como cultural pelos descendentes de açorianos corre o risco de pagar elevadas multas. A Polícia Militar afirma que nas brincadeiras são registrados crimes contra o patrimônio, consumo e tráfico de drogas e compra de votos por parte dos políticos que alugam os bois, os quais são transportados para essas praias bem antes da Quaresma.
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