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DILEMA

Bolsonaro ou Moisés: a difícil decisão de Alba e Mocellin

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Deputados fiéis a Carlos Moisés, deputados Alba e Mocellin são pressionados pela base bolsonarista. Foto: Rodolfo Espínola, Agência AL/Divulgação

Em meio ao racha do PSL em Santa Catarina, explicitado com a visita do deputado federal Eduardo Bolsonaro à Criciúma e a entrevista do governador Carlos Moisés às revistas da NSC, dois deputados estaduais vivem a situação mais desconfortável entre os eleitos do partido no Estado. Ricardo Alba e Coronel Mocellin são pressionados a optar entre continuar com o presidente Jair Bolsonaro e sua família rumo a outro partido ou permanecer fiéis ao governador.

Essa pressão é forte na militância virtual dos bolsonaristas nas redes sociais e grupos de Whatsapp, como era de se esperar. Mas se manifestou física e simbolicamente em Criciúma na última sexta-feira. Alba e Mocellin foi à cidade e tentaram participar dos encontros do deputado federal e filho do presidente com as demais lideranças eleitas do partido. Ficaram de fora do café realizado na casa do deputado federal Daniel Freitas com a presença de outros dois federais e quatro estaduais, os que hoje podem ser enquadrados como anti-Moisés. No Teatro Elias Angeloni, Alba passou rapidamente antes do evento começar - escapou de ouvir as vaias quando seu nome foi citado. Mocellin ficou até o fim do evento, foi mais aplaudido do que vaiado.

A situação de ambos é delicada. O racha nacional entre os Bolsonaro e Luciano Bivar, cacique que controla a sigla emprestada ao atual presidente da República no ano passado, foi a janela para o grupo anti-Moisés do PSL-SC, que começou apenas com os deputados estaduais Ana Campagnolo e Jessé Lopes e foi crescendo até o tamanho atual, pudesse regionalizar a disputa. Moisés é o Bivar local. Na lógica dos bolsonaristas, quem está com o governador, está contra o presidente. Simples assim (como algumas pessoas gostam de dizer para encerrar discussões que não são nem simples e nem assim).

Ricardo Alba foi o deputado estadual mais votado do Estado ano passado e cola seu nome em Jair Bolsonaro desde muito antes de que houvesse a ideia de que poderia se tornar um fenômeno eleitoral. Foi com essa bandeira que se elegeu vereador em Blumenau em 2016 pelo PP - na época, ainda partido de Bolsonaro. Eleito estadual, Alba foi o deputado que mais se aproximou do governo Carlos Moisés de olho nas eleições para prefeitura de Blumenau. Tudo ia dentro do script até o racha. No caso de Mocellin, um dado mais entra na conta: o deputado e o governador são colegas de farda, bombeiros militares, amigos há anos.

Agora, eles têm a fidelidade ao projeto Bolsonaro questionada. Para entrar na turma, terão de fazer gestos públicos de afastamento. Esse é o pedágio para tomar café com os Bolsonaros. Ou, então, apostar no projeto junto a Moisés, que deve herdar um PSL vazio, mas com o governo estadual nas mãos, fundos eleitoral e partidário e tempo de televisão. Nas próximas semanas deveremos descobrir qual foi a difícil decisão da dupla.

Por Upiara Boschi

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