Uma mãe e três crianças russas foram encontradas em uma casa invadida em Jaguaruna, no Sul de Santa Catarina. A Polícia Militar chegou até a família após atender a um caso de furto de bicicleta, em que, depois, foram descobertos mais crimes, incluindo suspeita de maus-tratos.

A PM foi chamada na quinta-feira (1º) por um adolescente. O jovem relatou que teve a bicicleta furtada. Ele procurou pelo veículo na vizinhança onde mora.

Em um mercado, um funcionário disse que tinha visto a bicicleta com uma mulher. Ele relatou que ela tinha feito compras mas, sem dinheiro para pagar, deixou o veículo como garantia.

O adolescente, então, ligou para a PM. Os policiais foram até o mercado, onde testemunhas informaram onde morava a mulher. As pessoas disseram que ela estava com os filhos e que as crianças viviam em condições insalubres.

A PM foi até o local indicado e encontrou a mulher e os três filhos dela, um menino de 10 anos e duas meninas, uma de 6 e outra de 3 anos de idade. As crianças estavam sem roupas.

A família estava em uma casa invadida sem luz ou água. Tanto a mulher quanto as crianças têm passaportes que confirmam a nacionalidade russa.

O companheiro da mãe também estava no local e informou que a havia conhecido em Criciúma, cidade também no Sul de Santa Catarina, e que eles se relacionam há cerca de um mês.

A mulher e o homem foram levados até a delegacia de Tubarão, na mesma região, para prestar esclarecimentos. Segundo a Polícia Civil, eles foram liberados por não haver provas suficientes para a prisão em flagrante.

Conforme a investigação, a mulher morava há poucos dias em Jaguaruna e é investigada por invasão de propriedade, furto de bicicleta e maus-tratos contra as crianças, que viviam em condições insalubres. Em depoimento, ela negou que tratasse mal os filhos.

Com relação ao furto da bicicleta, afirmou que não pretendia subtrair a bicicleta, mas deixá-la como forma de garantir a compra de alimentos.

As crianças foram acolhidas pelo Conselho Tutelar de Jaguaruna e estavam na casa de uma família acolhedora até a noite de sexta (2). Elas não apresentavam sinais de violência.

A Secretaria de Assistência Social do município informou que já encaminhou o caso ao consulado russo e ao Itamaraty, e que vai agir conforme a lei de imigração, que garante alguns direitos, como saúde e educação. Informou ainda que ofereceu abrigo para a mulher, mas ela não aceitou.