As fortes chuvas que atingiram Santa Catarina nesta quinta-feira (16) surpreenderam a população, em grande parte pela falta de um alerta prévio efetivo emitido pela Defesa Civil do estado. Na noite de quarta-feira (15) e na manhã de quinta-feira (16), os avisos indicavam apenas “risco moderado” para as chuvas. Quando o alerta foi elevado para “risco muito alto”, diversas cidades já estavam alagadas.

Nas redes sociais, internautas criticaram a falta de previsibilidade e a demora na emissão de alertas mais precisos. O secretário de Proteção e Defesa Civil de Santa Catarina, Fabiano de Souza, afirmou que a previsão inicial dos meteorologistas indicava um volume de chuva significativamente menor. Segundo ele, os modelos meteorológicos apontavam acumulados de 70 a 75 mm para o dia, enquanto o município de Tijucas registrou mais de 200 mm em apenas 12 horas.

Os primeiros alertas da Defesa Civil classificavam o risco de alagamentos e enxurradas como moderado. Na quarta-feira (15), às 20h, foi emitido um aviso para as regiões litorâneas, incluindo a Grande Florianópolis e o Litoral Norte, destacando a possibilidade de intensificação das chuvas após o meio-dia de quinta-feira. No entanto, somente às 13h30 de quinta-feira, as áreas passaram a ser classificadas como de “risco muito alto” para alagamentos, deslizamentos e fluxos de detritos. O sistema ‘Defesa Civil Alerta’ notificou os celulares da população apenas às 14h55, quando várias cidades já enfrentavam enchentes severas.

Fabiano de Souza explicou que, apesar das dificuldades em prever o aumento drástico no volume de chuvas, a Defesa Civil atualizou os alertas rapidamente ao perceber a gravidade da situação. Ele também mencionou problemas técnicos envolvendo operadoras de telefonia, que teriam atrasado o envio das notificações por SMS.

O impacto das chuvas foi significativo, com seis municípios declarando situação de emergência até as 23h de quinta-feira: Balneário Camboriú, Biguaçu, Camboriú, Florianópolis, Governador Celso Ramos e Tijucas. Cerca de 180 pessoas ficaram desabrigadas no Litoral Norte, incluindo 100 em Camboriú, 50 em Itapema e 30 em Porto Belo. Apesar dos prejuízos, nenhuma morte foi registrada.

As críticas ao sistema de alerta reforçam a necessidade de aprimoramento das tecnologias e protocolos para garantir que a população seja informada com antecedência suficiente para se proteger. O episódio expõe a fragilidade das medidas de prevenção diante de eventos climáticos extremos, que têm se tornado cada vez mais frequentes.

Fonte: NSC