A produção de cebolas em Santa Catarina sofreu uma queda acentuada na última colheita, impactando diretamente o bolso dos consumidores. O preço por quilo do produto aumentou consideravelmente nos últimos dias, ultrapassando os R$ 8 em diversos estabelecimentos.

Na quarta-feira (8), a Comissão de Agricultura da Assembleia Legislativa reuniu-se para ouvir os técnicos da Epagri e um agricultor do Meio Oeste sobre os prejuízos decorrentes das recentes chuvas. A iniciativa foi liderada pelo deputado Oscar Gutz (PL).

O presidente do colegiado, deputado Altair Silva (PP), ressaltou a necessidade de um diagnóstico da situação para implementar medidas pelo governo do Estado. Ele afirmou: "Santa Catarina alcançou um recorde na produção de cebola em 2022, movimentando economicamente mais de R$ 1 bilhão. Este ano, a redução na safra já atingiu 120 toneladas. É crucial que a Alesc e a Secretaria de Agricultura ajam em conjunto para preservar a renda dos produtores".

Segundo o engenheiro agrônomo da Epagri, com atuação no alto Vale, Daniel Schmidt, as perdas podem aumentar com a previsão de chuvas para novembro. Ele enfatizou: "Estamos fornecendo informações em tempo real ao governo do Estado para coordenar um suporte aos agricultores, considerando o aumento nos custos de produção com a reposição de adubos e controle de doenças".

Santa Catarina é o maior produtor de cebolas no Brasil, responsável por um terço da área plantada dessa hortaliça no país, gerando um valor aproximado de 370 milhões de reais anualmente, com uma produção anual de cerca de 500 mil toneladas. Na safra colhida em fevereiro, houve um recorde de 551 mil toneladas.

Além do aspecto econômico, o cultivo da cebola desempenha um papel social crucial, sendo principalmente conduzido por agricultores familiares, com mais de 8 mil famílias diretamente envolvidas na atividade.

O presidente do Sindicato Rural de Lebon Régis, Marcelo Spautz, destacou a importância dessa cultura para a economia catarinense. "A cadeia produtiva da cebola gera 38 mil empregos. Antecipamos uma redução na safra de 25%, com os pequenos produtores responsáveis por 80% da produção, o que também ocorre na produção de leite", observou.

Fonte: Guararema News