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Natal 2020

Oitenta Natais na vida da saletense Delma Loch

Considerada pelos filhos e netos como um cerne e um esteio da família, Delma sempre foi alegre

Há quase 50 anos a comunidade Barra Grande, em Salete, conta com a morada da família Loch, do casal Olindino João e Delma Loch. Senhor Olindino, o Dino como era conhecido, já partiu para a eternidade há 14 anos.

Conhecida por ser uma família alegre e festiva, no dia 10 de dezembro deste ano a família Loch se alegrou ainda mais com o aniversário de 80 anos de vida da matriarca, Dona Delma. Nascida em 1940, Delma tem muita história para contar, muitas alegrias, mas muitos momentos difíceis também. Casou-se com Dino bem jovem, aos 16 anos. Da união do casal nasceram oito filhos, dos quais dois faleceram ainda pequenos. Os demais, Edivino, Odete, Edgar, Evandro, Elizio e Elídio foram sempre as alegrias e companhias do casal.

Sempre trabalhando na agricultura, no início da união, Dino e Delma viveram em terras arrendadas em Ribeirão do Ouro, em Salete. E foi naquele período que o casal passou os momentos mais difíceis. O falecimento de dois filhos, um recém-nascido, não tinha 40 dias, e o outro com três aninhos trouxe tristeza ao lar do casal. "O de três aninhos se chamava Eduardo, e era um companheirinho meu, onde eu estava, fazendo as tarefas de casa, ele estava comigo", menciona Delma, que descreve: "Ele faleceu de tosse comprida e pneumonia junto. E naquela época era muito custoso ir ao hospital, era só de carroça. E era de noite, então, quando chegaram para o levar, ele já tinha falecido em casa".

E as dificuldades continuaram, mas a força de dona Delma a todas superou. No nascimento do último filho, Elídio, Delma quase perdeu a vida. Se não fosse a atitude do esposo Dino, não teria sobrevivido "Todos os partos eu tive em casa, com a parteira. E no último filho eu me passei, tive hemorragia antes do parto, o nenê não nascia, o braço ficou trancado. Quando me passei, a parteira correu para a cozinha, achou que eu tinha falecido. Graças foi ao Dino que em uma atitude inesperada salvou a mim e o menino. Eu o tive dia 18 de outubro, no dia 1º de novembro que fui para o médico, dali para frente fiquei três anos bem debilitada", revela Delma e acrescenta "Não morri, graças a Deus estou viva enfrentando a vida ainda".

Para salvar a esposa e o filho, Dino teve que puxar o braço do bebê para ele nascer "Isso ocasionou o deslocamento de nervos do braço da criança e por isso ele sempre teve sequelas, o braço torto. Para a medicina da época, só depois de cinco anos de vida ele poderia fazer uma cirurgia. Contudo, nossas vidas foram salvas", conta a mãe. Após o parto, Delma ficou alguns dias muito doente e debilitada. E naquele período a ajuda dos seus irmãos foi fundamental. "Meus irmãos me ajudaram, pois o momento era difícil. Eu doente, tinha os filhos pequenos e ainda o recém-nascido com o problema do bracinho. Mas com a graça de Deus e da Nossa Senhora me curei", agradece Delma.

Considerada pelos filhos e netos como um cerne e um esteio da família, Delma sempre foi alegre "Com todas as dificuldades, eu nunca fui triste em casa. E os melhores momentos eram quando tínhamos saúde", revela Delma.

Foi na comunidade de Barra Grande que Dino e Delma conquistaram suas terras e casa. E é nesta propriedade e casa que Delma reside. Os filhos ficaram jovens e sempre ajudaram nas lavouras. Passaram-se setenta e quatro anos desde o casamento e os tempos difíceis foram sendo preenchidos com a chegada do genro, noras, netos e bisnetos. São 15 netos e 11 bisnetos.

Sobre os 80 anos, Delma afirma estar muito feliz. "O importante é a vida, os filhos. Todos eles me tratam bem! E as noras também, principalmente a que mora mais perto, a Eliane, que é a que me ajuda sempre, me leva no hospital, compra remédios, faz compra pra mim. Trinta e poucos anos convivendo com ela nós nunca discutimos uma pontinha de unha até hoje. Graças a Deus sempre fomos felizes, nós duas. Se estou doente, ela vai quatro, cinco vezes por dia em casa me ver. Minha sorte é a Eliane", conta Delma.

"Mãe, Nona e Bisa, nesses seus 80 anos celebramos a sua força, sua coragem e sua determinação na vida. Queremos juntos, nesta homenagem, agradecer o seu amor e carinho por cada um de nós! Muito obrigada", expressam os filhos, netos e bisnetos.

                          

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