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A história de vida de Benedito mudou quando perdeu completamente a visão. Benedito Citra, 45 anos, sempre residiu em Rio do Campo, hoje está na comunidade de Rio Azul. Trabalhou na roça, apenas durante um ano é que trabalhou em uma empresa. A esposa de Benedito, Juraci Farias de Lorena, de 41 anos, natural de Lebon Régis, reside em Rio do Campo há 10 anos.

Residência do casal - Foto JATV.jpg

Hoje a situação de Benedito é delicada, pois em 1999 perdeu a visão "Estávamos fazendo uma mudança, aqui na comunidade do Carneiro, o caminhão da Rio Verde estava indo puxar Pinus, quando vimos o caminhão, nós freamos, mas ele não conseguiu e bateu de frente conosco. E só vi até a batida, depois que bateu eu não enxerguei mais, não desmaiei, mas não vi mais nada, só escutava os barulhos. Fui no hospital de Rio do Campo, eles lavaram ali, fizeram os pontos na minha testa e me encaminharam para o hospital de Rio do Sul. Minha vista estava cheia de cacos de vidro, e eles me mandaram para Rio do Sul para fazer a operação, fiquei oito dias internado em Rio do Sul. Depois de oito dias eu voltei para casa, em seguida fui para Curitiba, fazer mais uma cirurgia, aí voltei a enxergar com o olho esquerdo, com o direito não enxerguei mais, com a esquerda eu estava me virando, eu trabalhava por dia. Até que forcei demais a vista para carregar o trator de lenha, de noite senti que não estava muito bem, no dia seguinte fui roçar e fiquei cego por completo, pois dei uma foiçada no mato e entrou um cisco no meu olho. Nessa época morávamos na comunidade da Serra do Mirador, na Tapera. Quando cheguei em casa eu já não enxergava por causa do cisco, aí lavei o olho mas não adiantou, de tarde e de noite eu não aguentava de tanta dor. Eu então falei para minha esposa me levar na casa do vizinho, para ele me levar no hospital. No outro dia já marcamos e me levaram para Florianópolis e lá me disseram que minha vista não tinha mais salvação".

Benedito não é aposentado

 Até o momento Bendito não está aposentado "Quem está ajudando com um pouco de dinheiro para comermos é a mãe, do aposento dela. Mas não vai ter sempre, se um dia faltar não teremos saída. Estamos vivendo de ajuda dos vizinhos e da mãe, as vezes um dá uma coisa, outro dá outra, a mãe manda dinheiro para fazer uma comprinha, a mãe paga o aluguel para nós. E meus filhos estão todos espalhados, tem dois que moram com o vô, um está com meu cunhado e outro está com a mãe dele", relata.

Benedito tem dois filhos com Juraci Farias de Lorena: Ezequiel de 5 anos e o Daniel de 10 anos, mas Benedito ainda tem mais dois filhos: o Jair de 16 anos e o Jaime que tem 15. Benedito ressalta "Eu queria que eles estivessem morando hoje comigo, eles até queriam vir morar conosco, mas nossa situação não está fácil, se fôssemos aposentados até poderíamos trazê-los de novo, pois sentimos falta".

Faz tempo que Benedito está em busca da aposentadoria, no início não tinha advogado, mas agora faz seis anos que o advogado está tentando.

Benedito hoje não pode trabalhar, e não tem um benefício para auxiliar a família, ele não se sente bem na situação em que vive "A gente se sente mal, mas temos que ficar calmos, pois é capaz de dar depressão. No começo eu ficava nervoso porque não podia trabalhar, mas foi indo e me acostumei, então quando eu começo a ficar meio nervoso eu vou e durmo um pouco. Nunca passamos fome, sempre teve alguém para ajudar".

Sobre a maior dificuldade, Benedito afirma é que falta de um rendimento "Se saísse esse aposento logo para termos a casa da gente, para a gente morar no que é da gente, e ter o dinheiro para comprar um remédio ou algo que faltar. Porque assim quando acaba temos que esperar outro dar uma ajuda de volta.

Juraci Farias de Lorena faz um apelo "Se puderem ajudar com alimentos, itens de limpeza. Nossa situação está difícil. Estamos assim, é uma situação triste. Agradeço aos meus vizinhos, a dona Rosa, a mãe da dona Rosa, ela me ajudou muito, no natal ela nos deu presente, agradeço muito ela". E Benedito acrescenta "Para completar a minha geladeira até quebrou e eu não tinha dinheiro para comprar outra, tive que pegar uma emprestada do meu cunhado".

Quem desejar ajudar o casal pode entrar em contato com a Assistência Social do município de Rio do Campo, ou procurar a residência da família na localidade de Rio Azul, na estrada geral, próximo à igreja.

A Assistência Social de Rio do Campo passou informações sobre a política de trabalho

Assistência social e a lei de benefícios eventuais

Entende-se por benefícios eventuais no âmbito da Política de Assistência Social, aqueles que são de caráter suplementar e temporário, prestados aos cidadãos e as famílias com impossibilidade de arcar, por conta própria, com o enfrentamento de contingências sociais, cuja, ocorrência provoca riscos e fragilidade a manutenção do individuo e unidade familiar, sendo que serão concedidas em virtude de nascimento, morte, situações de vulnerabilidade temporária e de calamidade pública.

Os critérios para concessão desses benefícios estão regulamentados pela Lei nº 1.966 de 14 de abril de 2014. As concessões acontecem diante da solicitação dos usuários da Política Assistência Social e/ou identificação da necessidade pelas equipes técnicas da Política.

Acompanhamento familiar dentro da Assistência Social

As famílias podem ser acompanhadas tanto pela equipe do CRAS quanto da Gestão. O CRAS acompanha as famílias no intuito de prevenir as vulnerabilidades e risco social, enquanto a gestão (acompanha casos de média e alta complexidade) onde as famílias já estão com seus direitos violados.

Existe o acompanhamento das famílias inseridas no Cadastro Único no intuito de confirmar informações prestadas no ato da entrevista, bem como averiguar denúncias.
Vale destacar que o acompanhamento familiar se dá de várias maneiras, não somente por visitas domiciliares, pois existem informações colaterais: vizinhos, comunidade em geral, bem como por meio de outros serviços.

As visitas domiciliares acontecem em intervalos de 30 dias aproximadamente e são alternadas entre as equipes, dentro das possibilidades, considerando também as vindas da família até o CRAS/Assistência, quando nestas oportunidades se fazem as devidas orientações bem como encaminhamentos.

Através do acompanhamento é possível traçar metas com as famílias no sentido de auxiliar na superação da vulnerabilidade e/ou risco social vivenciada no momento. Neste sentido, também poderão ser encaminhadas para outros serviços públicos.