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Índios

Indígenas do Alto Vale relatam más condições de colchões doados pelo Exército

  • - Por: G1 SC

É para alojamento de contaminados pela Covid-19

Indígenas de José Boiteux, no Vale do Itajaí, relataram más condições de colchões, cobertores e camas doados para um alojamento de isolamento que está sendo montado para atender casos de infectados pelo coronavírus com sintomas leves. O material está velho e rasgado. 

O Distrito Sanitário do Interior Sul (Dsei) informou que fez a devolução dos materiais doados pelo Exército nesta sexta-feira, dia 14. Em nota, o Ministério da Saúde, por meio da Secretaria Especial de Saúde Indígena, informou que novos colchões estão sendo adquiridos em parceria com a Defesa Civil para montagem das instalações.

Em Santa Catarina vivem 17 mil indígenas de três grupos: Guarani, no Litoral e extremo Oeste; os Kaigang, com aldeias no Oeste; e os Xokleng, que ficam no Vale do Itajaí.

Nas terras das aldeias que inclui José Boiteux vivem 2.300 índios. Um levantamento preliminar do Dsei registra ao menos 70 casos confirmados de coronavírus, incluindo a morte de um bebê da etnia Xokleng, que nasceu morto. Desde o início da pandemia, o município tem 160 pessoas diagnosticadas com a doença, incluindo duas mortes.

Os indígenas são considerados grupo de risco por terem mais vulnerabilidade a doenças infectocontagiosas. Aldeias de todas regiões têm procurado intensificar medidas de higiene e isolamento.


Alojamento para cumprir isolamento 

Os colchões chegaram na quarta-feira, dia 12, e não chegaram a ser utilizados no alojamento, que está sendo instalado para estadia de indígenas confirmados com Covid-19 para cumprir o isolamento social. O indígena Nilton Ndili chegou a falar sobre o assunto em uma rede social.

"Eles estão inadequados, os colchões estão todos velhos, estão rasgados, cobertores todos sujos. A cama não tem condições de ser utilizada. A gente vai pedir para a coordenação recolher esse material e dar um outro destino", afirmou.

Nesta quinta, dia 13, o coordenador do Dsei, Alexandre Rossettini, disse que recolheu os colchões para devolvê-los ao Exército e que enviou cobertas e macas que vão ser utilizadas para equipar a Unidade de Atendimento Indígena.

Já a Defesa Civil do Estado disse que, nos próximos dias, enviará 70 colchões novos. Um edital será aberto para contratar um médico para atuar nas aldeias. Um outro médico e dois técnicos de enfermagem vão ser remanejados para reforçar o atendimento a partir de segunda-feir,a dia 17.

Segundo o Distrito Sanitário do Interior Sul, o Exército não deu uma justificativa para ter mandado os colchões naquelas condições e solicitou que o Dsei fizesse um ofício com explicações sobre a devolução.

A Secretaria de Estado de Saúde disse que qualquer questão sobre as comunidades indígenas envolve órgãos federais, mas que tem apoiado e avaliado ações necessárias, sem especificar quais, e que tem feito reuniões com o Coes e o Ministério da Saúde para definir apoio no local.

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