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Família que estava presa no Chile volta à Presidente Getúlio
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- Reportagem: Gabriela Szenczuk/DAV
Luene e Doglas estavam presos no Chile com a filha Maria Clara desde fevereiro por causa da pandemia
A família brasileira que estava presa no Chile desde fevereiro conseguiu voltar ao Alto Vale do Itajaí e chegou em Presidente Getúlio na tarde de segunda-feira,1º. Apesar do alívio de estar em casa, os pais de Maria Clara Albino, Luene Netto e Doglas Albino, relatam ter passado por apuros no retorno da viagem que era um sonho e se tornou um pesadelo.
A família aventureira, que tem uma Kombi chamada carinhosamente de "Hakuna Matata", já estava planejando a viagem desde o início de 2019 com previsão de partida para o Chile dentro de um ano. A saída do Brasil foi no dia 15 de fevereiro e a intenção era que a viagem durasse 45 dias, terminando no fim de março. Porém, com a pandemia do coronavírus, as fronteiras foram fechadas e a família ficou presa no país.
Desde que souberam que estavam impossibilitados de saírem do país, Luene conta que eles começaram a pedir ajuda de autoridades responsáveis por relações exteriores como consulado, Itamaraty e advogados. "Foram pelo menos 50 dias correndo atrás de autoridades e pessoas que entendessem disso e pudessem ajudar. Desanimamos e apelamos para a divulgação na internet, através das redes sociais e começamos a pedir ajuda em veículos de comunicação", conta. A partir deste momento, com a maior divulgação do caso, Luene conta a família recebeu mais atenção das embaixadas e consulados da Argentina, Chile e Brasil. "Foi uma corrente de ajuda. A notícia chegou até alguém em Florianópolis, que conhecia um coronel, que nos ajudou, com um documento oficial, a transitar pelo Chile em segurança. Uma das pessoas que também nos ajugerente de Relações Internacionais da
Secretaria de Assuntos Internacionais do Governo do Estado e responsável pelas relações exteriores de SC, que conseguiu uma declaração do cônsul chileno para que fosse possível pegar uma barcaça - que só estava fazendo o transporte de mercadorias de emergência e necessidade", relata. O trajeto durou cerca de nove horas para sair de Futaleufu, cidade chilena onde estavam presos. Ao chegarem na região metropolitana, a família conta que havia diversas barreiras sanitárias e, mesmo com toda a documentação em dia necessária, autoridades foram resistentes com a passagem deles. "Depois de horas de conversa, conseguimos a liberação para transitar nas cidades argentinas com a nossa Kombi, mas tínhamos um prazo de 72 horas para cruzar o país e chegar até o Brasil", conta Luene.
Neste trajeto, foram horas seguidas de viagem, sem banho, comida ou condições para seguir na estrada. "Havia mais de 20 brasileiros na mesma situação, com crianças, e não podíamos nem sair dos carros, pois a cada cidade estávamos acompanhados por escoltas de policiais que não nos deixavam sair."
Apesar das inúmeras dificuldades, todas foram superadas e a família chegou em Uruguaiana, cidade do Rio Grande do Sul. "Foi um alívio chegar em solo brasileiro. Já dava a sensação de vida voltando ao normal. Nossa viagem foi linda no início, aproveitamos muito, mas depois virou um terror. Mesmo assim, agradecemos tudo e todos que ajudaram a gente a conseguir voltar. É uma felicidade estar em casa e a gente não se contem de tanta alegria", conclui.
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