

Política
Foto: wikemedia - Relatório norte-americano menciona até a Rua 25 de Março ao apontar problemas de propriedade intelectual no país
Em um relatório divulgado recentemente, o governo dos Estados Unidos fez duras críticas ao Brasil, citando desde a popularização do Pix até o comércio informal na Rua 25 de Março, em São Paulo. A análise integra uma investigação da Comissão de Comércio Internacional dos EUA (USITC), que apura práticas de propriedade intelectual e possíveis impactos ao mercado norte-americano.
O que motivou a investigação dos EUA sobre o Brasil?
A investigação partiu de uma solicitação do Comitê de Finanças do Senado americano. A Comissão de Comércio Internacional foi encarregada de analisar como as leis e práticas brasileiras relacionadas à propriedade intelectual podem estar afetando os interesses dos Estados Unidos.
Entre os temas abordados, o sistema de pagamentos instantâneos brasileiro, o Pix, chamou atenção como possível facilitador de transações ilegais, especialmente no comércio de produtos piratas e falsificados.
Pix é apontado como facilitador do comércio informal
Lançado pelo Banco Central do Brasil em 2020, o Pix revolucionou a forma como brasileiros realizam pagamentos, especialmente em pequenos negócios e transações diretas. Porém, segundo o relatório americano, a ferramenta também estaria sendo amplamente utilizada no comércio informal de produtos piratas, o que preocupa autoridades estrangeiras.
A análise norte-americana indica que a facilidade, gratuidade e anonimato relativo das transações com Pix contribuem para a proliferação da pirataria no país. O relatório ainda cita que há pouca supervisão e que mecanismos de rastreamento não são eficazes para barrar o uso indevido da tecnologia.
25 de Março vira símbolo da pirataria para os EUA
Outro ponto polêmico do documento é a menção direta à Rua 25 de Março, tradicional centro de comércio popular de São Paulo. Segundo o relatório, a região se tornou referência para a venda de produtos falsificados, muitos deles imitando marcas internacionais.
Para os norte-americanos, a falta de fiscalização efetiva nas áreas de comércio popular contribui para que o Brasil se torne um ambiente permissivo à violação de direitos autorais e marcas registradas.
Reações no Brasil e possíveis desdobramentos
Especialistas brasileiros consideram o relatório uma tentativa de pressionar o país em acordos comerciais. Eles apontam que a criminalização do Pix, usado por milhões de brasileiros diariamente, ignora seu papel positivo na inclusão financeira e no combate à burocracia bancária.
O governo brasileiro ainda não se posicionou oficialmente sobre o conteúdo do relatório, mas fontes próximas ao Ministério da Fazenda afirmam que haverá resposta institucional. Já o Banco Central declarou que o Pix é um sistema seguro, com ferramentas para rastreamento e combate a fraudes.
Entre a crítica e o diálogo
O relatório dos EUA reacende o debate sobre pirataria no Brasil, mas também levanta questionamentos sobre os limites da soberania digital e financeira. Enquanto o Pix continua sendo celebrado internamente como um avanço, seu uso em ambientes informais desafia autoridades a encontrar formas de regular sem inviabilizar.
O caminho para um equilíbrio entre inovação tecnológica e combate à ilegalidade pode passar por diálogo internacional e aprimoramento das políticas públicas de fiscalização.
Veja também: Lula diz que Brasil está seguro diante de nova política tarifária de Trump
ÚLTIMAS
Política
Celebridades
Taió
Rio do Campo
Tempo
Cultura
Salete
Vale do Itajaí
Taió
Vagas de emprego
Tempo
Rio do Campo
Deixe seu comentário